Deixe seu filho brincar no chão: engatinhar ajuda no desenvolvimento da motricidade, da fala e da escrita
Estudo realizado na Inglaterra por especialistas em desenvolvimento infantil do Instituto de Psicologia Neurofisiológica de Chester concluiu que a maioria das crianças de hoje passa mais tempo em equipamentos tipo cadeirinhas, carrinhos ou andadores e menos tempo no chão – impedindo a oportunidade de engatinhar, o que pode comprometer o seu regular desenvolvimento motor, com prejuízos inclusive para a fala e a escrita futuras.
É importante que a criança fique no chão. Deitar de bruços ajuda a estimular a postura, o campo visual1 e o equilíbrio. Para Sally Goddard Blythe, que liderou o estudo, o uso excessivo de artigos modernos como assentos de carro e cadeiras especiais para bebês2 impedem a criança de brincar livremente com o corpo, obrigando-a a ficar na posição sentada de forma passiva, e não natural. Os andadores também não devem ser usados com exagero pelos pais.
O estudo examinou o desenvolvimento de dois grupos de 70 crianças com idade entre 8 e 10 anos. O primeiro grupo apresentava dificuldades de leitura e escrita e o segundo não apresentava problemas de aprendizado. Os resultados mostraram que as crianças com dificuldades haviam engatinhado menos e teriam começado a andar mais tarde que as do primeiro grupo. A autora afirma que apenas deixar de engatinhar não determina o futuro aprendizado da criança. A principal questão é descobrir o porquê de os bebês2 não terem engatinhado e descobrir se este motivo pode causar outros problemas de desenvolvimento.
Engatinhar representa um marco no desenvolvimento da criança e é um exercício motor importante, pois treina a coordenação visual para os movimentos que mais tarde a criança vai usar para ler e escrever, além de alinhar a coluna, preparando a criança para ficar em pé e andar.
Os resultados da pesquisa serão publicados em 2008 no livro What Babies and Children Really Need (O que bebês2 e crianças realmente precisam).
Leia também sobre "Brincadeiras que estimulam o cérebro3 do seu filho".
Fonte: The Institute for Neuro - Physiological Psychology