Quais são as melhores práticas para prescrever antibióticos para adultos saudáveis com infecção aguda do trato respiratório?
A infecção1 aguda do trato respiratório (IATR) é a razão mais comum para a prescrição de antibióticos para adultos. Os antibióticos são muitas vezes indevidamente receitados para pacientes2 com IATR. Este artigo apresenta as melhores práticas para o uso de antibióticos em adultos saudáveis (aqueles sem doença pulmonar crônica ou condições imunocomprometedoras) que estejam apresentando IATR.
Foi conduzida uma revisão da literatura sobre as evidências do uso apropriado de antibiótico para adultos com IATR. As diretrizes clínicas mais recentes de sociedades profissionais foram complementadas por meta-análises, revisões sistemáticas e ensaios clínicos3 randomizados. Para identificar artigos baseados em evidências, foram pesquisados os bancos de dados na Cochrane Library, PubMed, MEDLINE e EMBASE, até setembro de 2015, utilizando os seguintes termos: "bronquite aguda4", "infecção1 do trato respiratório", "faringite5", "rinossinusite" e "resfriado comum”.
- Recomendação de Alto Valor 1: Os médicos não devem realizar exames ou iniciar terapia antibiótica em pacientes com bronquite, a menos que haja suspeita de pneumonia6.
- Recomendação de Alto Valor 2: Os médicos devem fazer exames em pacientes com sintomas7 sugestivos de faringite5 estreptocócica do grupo A (por exemplo, febres persistentes, adenite cervical anterior e exsudatos8 nas amígdalas9 e faringe10 ou outra combinação adequada de sintomas7) com teste de detecção rápida de antígeno11 para estreptococos do grupo A e/ou cultura para Streptococcus do grupo A. Os médicos devem tratar com antibióticos apenas os pacientes que tiverem faringite5 estreptocócica confirmada.
- Recomendação de Alto Valor 3: Os clínicos devem reservar o tratamento com antibióticos para as rinossinusites agudas em pacientes com sintomas7 persistentes por mais de dez dias ou início de sinais12 e sintomas7 mais graves como febre13 alta (> 39°C) e secreção nasal purulenta14 ou dor facial com duração de pelo menos três dias consecutivos, ou ainda início de agravamento dos sintomas7 após uma doença viral típica que durou cinco dias e começou a melhorar, mas depois evoluiu com piora.
- Recomendação de Alto Valor 4: Os médicos não devem prescrever antibióticos para pacientes2 com resfriado comum.
Fonte: Annals of Internal Medicine, publicação online, de 19 de janeiro de 2016