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FDA aprova novo tratamento para Diabetes tipo 2: Januvia, o inibidor da DPP-4 da Merck Sharp & Dohme

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O FDA aprovou o Januvia para controle glicêmico de pacientes com diabetes tipo 21 que não tenham um bom controle glicêmico com dieta e exercícios físicos. Pode ser usado isoladamente ou associado à metformina2 ou aos agonistas dos PPRA-gama (glitazonas), quando estes medicamentos usados separadamente não estiverem proporcionando um controle adequado da glicemia3.

O novo mecanismo de ação do Januvia é uma esperança para milhares de pacientes diabéticos. Ele age aumentando a capacidade do próprio organismo de regular os níveis sanguíneos elevados de glicose4 ao potencializar a ação das incretinas. As incretinas são hormônios que atuam disparando o gatilho para que o pâncreas5 produza mais insulina6 e sinalizando ao fígado7 para que interrompa a produção de glicose4. Esta ação é alcançada pelo bloqueio da enzima8 dipeptidil peptidase-4 (DPP-4).

O novo medicamento foi examinado em 2.719 pacientes com diabetes tipo 21 em um estudo que durou de 12 semanas a um ano. Este estudo demonstrou melhora do controle glicêmico quando o Januvia foi usado isoladamente ou em pacientes que não tinham um controle satisfatório com o uso de metformina2 ou agonistas do PPRA.

Os principais efeitos colaterais9 observados foram infecção10 de vias aéreas superiores, dor de garganta11 e diarréia12. No estudo clínico, a incidência13 de aumento de peso e de hipoglicemia14 (níveis muito baixos de açúcar15 no sangue16) com os inibidores da DPP-4 foi semelhante à observada com o placebo17.

O medicamento, também aprovado no Caribe, Porto Rico e México,  aguarda a aprovação pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) até o final deste ano.

A Merck também está pesquisando a combinação do Januvia com a metformina2 e planeja protocolar o pedido de aprovação para essa combinação junto ao FDA em 2007.

NEWS.MED.BR, 2006. FDA aprova novo tratamento para Diabetes tipo 2: Januvia, o inibidor da DPP-4 da Merck Sharp & Dohme. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/pharma-news/1911/fda-aprova-novo-tratamento-para-diabetes-tipo-2-januvia-o-inibidor-da-dpp-4-da-merck-sharp-amp-dohme.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.

Complementos

1 Diabetes tipo 2: Condição caracterizada por altos níveis de glicose causada tanto por graus variáveis de resistência à insulina quanto por deficiência relativa na secreção de insulina. O tipo 2 se desenvolve predominantemente em pessoas na fase adulta, mas pode aparecer em jovens.
2 Metformina: Medicamento para uso oral no tratamento do diabetes tipo 2. Reduz a glicemia por reduzir a quantidade de glicose produzida pelo fígado e ajudando o corpo a responder melhor à insulina produzida pelo pâncreas. Pertence à classe das biguanidas.
3 Glicemia: Valor de concentração da glicose do sangue. Seus valores normais oscilam entre 70 e 110 miligramas por decilitro de sangue (mg/dl).
4 Glicose: Uma das formas mais simples de açúcar.
5 Pâncreas: É uma glândula do aparelho digestivo e endócrino, localizada na parte superior do abdome, atrás do estômago. Ele é tanto exócrino (secretando suco pancreático que contém enzimas digestivas), quanto endócrino (produzindo hormônios importantes como insulina, glucagon e somatostatina). É dividido em três partes: a cabeça (lado direito), o corpo (seção central) e a cauda (lado esquerdo).
6 Insulina: Hormônio que ajuda o organismo a usar glicose como energia. As células-beta do pâncreas produzem insulina. Quando o organismo não pode produzir insulna em quantidade suficiente, ela é usada por injeções ou bomba de insulina.
7 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.
8 Enzima: Proteína produzida pelo organismo que gera uma reação química. Por exemplo, as enzimas produzidas pelo intestino que ajudam no processo digestivo.
9 Efeitos colaterais: 1. Ação não esperada de um medicamento. Ou seja, significa a ação sobre alguma parte do organismo diferente daquela que precisa ser tratada pelo medicamento. 2. Possível reação que pode ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfica ou maléfica.
10 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
11 Garganta: Tubo fibromuscular em forma de funil, que leva os alimentos ao ESÔFAGO e o ar à LARINGE e PULMÕES. Situa-se posteriormente à CAVIDADE NASAL, à CAVIDADE ORAL e à LARINGE, extendendo-se da BASE DO CRÂNIO à borda inferior da CARTILAGEM CRICÓIDE (anteriormente) e à borda inferior da vértebra C6 (posteriormente). É dividida em NASOFARINGE, OROFARINGE e HIPOFARINGE (laringofaringe).
12 Diarréia: Aumento do volume, freqüência ou quantidade de líquido nas evacuações.Deve ser a manifestação mais freqüente de alteração da absorção ou transporte intestinal de substâncias, alterações estas que em geral são devidas a uma infecção bacteriana ou viral, a toxinas alimentares, etc.
13 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
14 Hipoglicemia: Condição que ocorre quando há uma queda excessiva nos níveis de glicose, freqüentemente abaixo de 70 mg/dL, com aparecimento rápido de sintomas. Os sinais de hipoglicemia são: fome, fadiga, tremores, tontura, taquicardia, sudorese, palidez, pele fria e úmida, visão turva e confusão mental. Se não for tratada, pode levar ao coma. É tratada com o consumo de alimentos ricos em carboidratos como pastilhas ou sucos com glicose. Pode também ser tratada com uma injeção de glucagon caso a pessoa esteja inconsciente ou incapaz de engolir. Também chamada de reação à insulina.
15 Açúcar: 1. Classe de carboidratos com sabor adocicado, incluindo glicose, frutose e sacarose. 2. Termo usado para se referir à glicemia sangüínea.
16 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
17 Placebo: Preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, ministrada em substituição a um medicamento, com a finalidade de suscitar ou controlar as reações, geralmente de natureza psicológica, que acompanham tal procedimento terapêutico.
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