NEJM: Teprotumumabe pode ser útil na oftalmopatia associada ao hipertireoidismo
A oftalmopatia associada à tireoide1, condição comumente relacionada à doença de Graves, permanece inadequadamente tratada. As terapias médicas atuais, que consistem principalmente em glicocorticoides, têm eficácia limitada e apresentam preocupações quanto à segurança. A inibição do receptor do fator de crescimento semelhante à insulina2 (IGF-IR) é uma nova estratégia terapêutica3 para atenuar a patogênese4 auto-imune subjacente a esta oftalmopatia.
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O teprotumumabe, um anticorpo5 monoclonal totalmente humano que inibe o receptor do fator de crescimento 1 (IGF-1) semelhante à insulina2, foi significativamente mais eficaz do que o placebo6 na redução da proptose (proeminência ocular) e na redução dos escores de atividade clínica entre os pacientes com essa condição.
Um estudo publicado pelo The New England Journal of Medicine (NEJM), multicêntrico, duplo-mascarado, randomizado7, controlado com placebo6 foi realizado para determinar a eficácia e a segurança do teprotumumabe em pacientes com oftalmopatia ativa moderada a grave. Um total de 88 doentes foi distribuído aleatoriamente para receber placebo6 ou fármaco8 ativo, administrado por via intravenosa, uma vez a cada 3 semanas, completando oito infusões.
O ponto final primário foi a resposta do olho9 no estudo. Esta resposta foi definida como uma redução de 2 pontos ou mais no escore Clinical Activity Score (escores variando de 0 a 7, com uma pontuação ≥3 indicando oftalmopatia ativa associada à tireoide1) e uma redução de 2 mm ou mais na proptose na 24ª semana do estudo. Os pontos finais secundários, medidos como variáveis contínuas, incluíram a proptose, o escore Clinical Activity Score e os resultados no questionário de qualidade de vida específico para oftalmopatia de Graves. Os eventos adversos foram avaliados.
Na população com intenção de tratamento, 29 dos 42 pacientes que receberam teprotumumabe (69%), comparados com 9 dos 45 pacientes que receberam placebo6 (20%), tiveram uma resposta na 24ª semana (P<0,001). Os efeitos terapêuticos foram rápidos; na 6ª semana, um total de 18 de 42 doentes no grupo de teprotumumabe (43%) e 2 de 45 doentes no grupo placebo6 (4%) tiveram uma resposta (P<0,001). As diferenças entre os grupos aumentaram em momentos subsequentes. O único evento adverso relacionado com o fármaco8 foi a hiperglicemia10 em pacientes com diabetes11. Este evento foi controlado pelo ajuste da medicação para diabetes11.
Concluiu-se, neste trabalho, que em doentes com oftalmopatia ativa, o teprotumumabe foi mais eficaz do que o placebo6 na redução da proptose e da pontuação do escore Clinical Activity Score.
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Fonte: The New England Journal of Medicine, de 4 de maio de 2017