Metanfetamina pode levar a maior risco de esquizofrenia, em artigo publicado pelo The American Journal of Psychiatry
Investigadores japoneses há muito tempo sugerem que a exposição à metanfetamina pode causar uma psicose1 persistente parecida com a esquizofrenia2. Para investigar a relação entre o uso de drogas e, posteriormente, a esquizofrenia2, os autores realizaram um estudo de coorte3 em larga escala com usuários de drogas, inicialmente livres de psicose1 persistente.
Um estudo de coorte3 de base populacional foi realizado utilizando dados de pacientes internados em um hospital da Califórnia, com registros de alta hospitalar de 1990 a 2000. Pacientes internados devido a condições relacionadas com o uso de metanfetaminas (n=42.412) e aqueles internados com doenças relacionadas ao uso de outras drogas (maconha, cocaína, álcool e opioides) foram comparados aos indivíduos hospitalizados por apendicite4 primária (grupo que serviu como comparação para controle). A população relacionada à metanfetamina também foi comparada aos usuários de outras drogas.
A coorte5 de metanfetamina tem um risco significativamente maior de esquizofrenia2 em relação aos grupos de apendicite4 e da cocaína, dos opioides e do álcool, mas não estatisticamente diferente daquele grupo da maconha. O risco de esquizofrenia2 foi maior em todas as coortes de drogas do que no grupo de apendicite4.
Limitações do estudo incluem a dificuldade em confirmar o diagnóstico6 da esquizofrenia2 independente da intoxicação por drogas e a possibilidade de esquizofrenia2 não detectada antes da exposição às drogas.
As conclusões do estudo sugerem que indivíduos com transtornos relacionados ao uso de metanfetamina têm um maior risco de esquizofrenia2 do que aqueles com transtornos devido ao uso de outras drogas, com exceção dos transtornos causados pelo uso da maconha. O risco elevado em usuários de metanfetamina pode ser explicado por mecanismos etiológicos envolvidos no desenvolvimento da esquizofrenia2, mas outras pesquisas precisam ser realizadas para explicar esta hipótese.
Fonte: The American Journal of Psychiatry, em 8 de novembro de 2011