NEJM: fototerapia com luz solar filtrada em recém-nascidos africanos
Sequelas1 de hiperbilirrubinemia grave constituem um fardo substancial em áreas onde a eficaz fototerapia convencional não está disponível. Já foi anteriormente verificado que a utilização de luz solar filtrada com o objetivo de fototerapia é um método seguro e eficaz para diminuir a hiperbilirrubinemia total. No entanto, sua relativa segurança e eficácia, em comparação com a fototerapia convencional são desconhecidas.
Foi realizado um estudo aleatorizado e controlado, publicado pelo The New England Journal of Medicine (NEJM), em que a luz solar filtrada foi comparada à fototerapia convencional para o tratamento da hiperbilirrubinemia em neonatos2 a termo e em prematuros tardios em uma grande maternidade nigeriana urbana. O desfecho primário foi a eficácia, definida como uma taxa de aumento total da bilirrubina3 de menos de 0,2 mg por decilitro por hora para crianças de até 72 horas de vida ou uma diminuição da bilirrubina3 total para crianças com mais de 72 horas de vida que receberam pelo menos cinco horas de fototerapia. A necessidade de exsanguíneo transfusão4 foi um desfecho secundário. Também foi avaliada a segurança, a qual foi definida como ausência da necessidade de retirar o tratamento devido à hipertermia, hipotermia5, desidratação6 ou queimadura solar.
Foram incluídos 447 lactentes7 e distribuídos aleatoriamente: 224 receberam luz solar filtrada e 223 receberam a fototerapia convencional. Luz solar filtrada foi eficaz em 93% dos dias de tratamento que puderam ser avaliados, em comparação com 90% para a fototerapia convencional, e tinha um nível médio mais elevado de irradiância (40 vs 17 μW por centímetro quadrado por nanômetro, P<0,001). Temperaturas superiores a 38,0 °C ocorreram em 5% das crianças recebendo luz solar filtrada e em 1% dos que receberam fototerapia convencional (P<0,001), mas nenhuma criança preencheu os critérios para a retirada do estudo por razões de segurança ou necessidade de exsanguíneo transfusão4.
Concluiu-se no presente estudo que a luz solar filtrada não foi inferior à fototerapia convencional para o tratamento da hiperbilirrubinemia neonatal e não resultou em qualquer retirada do estudo por razões de segurança.
Fonte: NEJM, volume 373, número 12, de 17 de setembro de 2015