Incidência de câncer ginecológico em áreas urbanas é seis vezes maior do que em áreas rurais. A exposição aos xenoestrogênios pode ser a causa, segundo artigo do BJOG
Pesquisa publicada no International Journal of Obstetrics and Gynaecology (BJOG) mostra alta incidência1 de câncer2 ginecológico (câncer2 de endométrio3, de ovário4 e de colo5 de útero6) em áreas urbanas no Egito, comparado à incidência1 em áreas rurais. O estudo sugere que as mulheres que vivem em zonas urbanas estão mais expostas aos xenoestrogênios ambientais (compostos industriais que têm atividade semelhante ao estrogênio), os quais podem aumentar o risco de desenvolvimento de tumores malignos relacionados a estímulos hormonais.
Foram analisados os dados de mulheres diagnosticadas com câncer2 ginecológico no Gharbiah Cancer2 Registry durante quatro anos. Os resultados mostram que a incidência1 dos 3 tipos de tumores estudados (câncer2 de endométrio3, colo5 de útero6 ou ovário4) é mais alta em áreas urbanas. O aumento observado é de cerca de 6 vezes em relação à incidência1 encontrada em mulheres de áreas rurais.
Tumores malignos em órgãos femininos como câncer2 de mama7 ou de útero6 estão associados à exposição prolongada ao estrogênio. A presença e a exposição aos xenoestrogênios ambientais é alta em áreas urbanas.
Estudos prévios mostram que a incidência1 de câncer2 de mama7 é 3 a 4 vezes mais alta em áreas urbanas. No presente estudo, os pesquisadores investigaram a incidência1 de outros tumores ginecológicos (endométrio3, colo5 de útero6 e ovário4) em áreas urbanas e rurais para avaliar se existe esta mesma tendência.
Tumores como leucemia8 (determinados geneticamente) têm as menores diferenças de incidência1 entre áreas urbanas e rurais, seguidos de tumores não dependentes de estímulo hormonal. Quando acrescentam-se cânceres dependentes de estímulos hormonais, aumentam as diferenças nas incidências para cerca de 70% (estas diferenças entre zonas urbanas e rurais aumentam em 146% quando apenas cânceres dependentes de hormônios são considerados).
O coordenador do estudo, Dr. Amr Soliman, disse que na população estudada não há diferenças entre mulheres de zonas urbanas ou rurais em relação a outros fatores de risco para câncer2 uterino ou de mama7, acesso aos serviços de saúde9 ou comportamento. Também o uso de pílulas hormonais ou terapia hormonal é pequeno em mulheres do Egito. A alta exposição a agentes químicos industriais no ambiente que atuam como hormônios é um possível fator de risco10 nestes casos.
Fonte consultada:
BJOG – An International Journal of Obstetrics and Gynaecology de 16 de dezembro de 2009