Cálcio sérico diminuído pode aumentar risco de parada cardíaca súbita na população
Pesquisadores do Cardiovascular Division, Brigham and Women's Hospital, em Boston, e do The Heart Institute, Cedars-Sinai Medical Center, em Los Angeles, realizaram um estudo com o objetivo de avaliar o papel potencial dos baixos níveis séricos de cálcio na ocorrência de parada cardíaca súbita (PCS) na comunidade. A pesquisa foi publicada pelo periódico Mayo Clinic Proceedings.
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Foram comparados 267 casos de PCS [177 (66%) homens] e 445 controles [314 (71%) homens] de um grande estudo populacional (população coletada de aproximadamente um milhão de indivíduos) no noroeste dos EUA a partir de 1º de fevereiro de 2002 até 31 de dezembro de 2015. Os pacientes foram incluídos se tivessem 18 anos ou mais, com clearance de creatinina1 disponível (CrCl) e níveis de eletrólito2 sérico para análises para permitir o ajuste da função renal3. Para os casos, a depuração da creatinina1 e os níveis de eletrólitos4 deveriam ser medidos dentro de 90 dias do evento da PCS.
Casos de PCS apresentaram maiores proporções em negros [31 (12%) vs 14 (3%); P<0,001], indivíduos com diabetes mellitus5 [122 (46%) vs 126 (28%); P<0,001] e doentes renais crônicos [102 (38%) vs 73 (16%); P<0,001] do que nos controles. Na análise de regressão logística multivariada, uma diminuição de uma unidade nos níveis de cálcio foi associada a um aumento de 1,6 vezes na probabilidade de PCS (odds ratio 1,63; IC 95% 1,06-2,51). Os níveis de cálcio do sangue6 abaixo de 8,95 mg/dL7 (para converter em mmol/L8 basta multiplicar por 0,025) foram associados a um aumento de 2,3 vezes na probabilidade de PCS em comparação com níveis superiores a 9,55 mg/dL7 (odds ratio 2,33; IC 95% 1,17-4,61). Os casos de PCS apresentaram intervalos QT significativamente prolongados nos eletrocardiogramas de 12 derivações do que os de controles (465 ± 37 ms versus 425 ± 33 ms; P<0,001).
Concluiu-se neste trabalho que os níveis mais baixos de cálcio sérico foram associados independentemente com um risco aumentado de PCS na comunidade.
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Fonte: Mayo Clinic Proceedings, volume 92, número 10, de outubro de 2017