Pesquisa alerta para efeitos da obesidade infantil
Pesquisadores do The Children's Hospital of Philadelphia, University of Pensylvania e University of Iowa estudaram 653 adultos com idade entre 20 e 32 anos que, quando recém-nascidos, participaram de estudos sobre fórmulas infantis, em Iowa.
Publicada na edição de 19 de abril de 2005 do jornal da American Heart Association, a pesquisa concluiu que os recém-nascidos que ganharam peso rapidamente em sua primeira semana de vida estavam mais propensos a ter sobrepeso1 quando adultos jovens. "Nossas principais descobertas foram que o ganho de peso durante a primeira semana de vida, nesta população de bebês2 alimentados com fórmulas lácteas, está associado a ter sobrepeso1 duas a três décadas mais tarde", disse Nicolas Stettler, do The Children's Hospital of Philadelphia. "Isto sugere que há um período crítico na primeira semana de vida em que a fisiologia3 do corpo pode estar programada para desenvolver doenças crônicas ao longo da vida, mas a explicação para isto permanece uma questão em aberto".
Os achados apontam alvos potenciais de prevenção da obesidade4. Se estes resultados forem confirmados por outros estudos, poderão guiar intervenções em recém-nascidos para prevenir a obesidade4. Dr. Stettler explicou que ainda é cedo para recomendações de prevenção específica. Sua equipe observou também que, para cada 100 gramas de aumento do peso durante os oito primeiros dias de vida, o risco do bebê se tornar um adulto com sobrepeso1 chega a cerca de 10%.
Estudos em animais mostraram que o exceso de alimentação nos primeiros dias de vida está relacionado à obesidade4 a longo prazo, possivelmente por uma programação no desenvolvimento cerebral e no sistema endócrino5, mas não se sabe como isto funciona em humanos.
Como a obesidade4 está crescendo em todo o mundo, os pesquisadores esperam poder contribuir para a intervenção em recém-nascidos para melhorar a saúde6 a longo prazo. É sabido que o aleitamento materno7 exclusivo no início da vida está associado com o ganho de peso mais lento que as crianças amamentadas com fórmulas lácteas e, possivelmente, com um menor risco de sobrepeso1 na infância e na adolescência.
Por uma variedade de razões, a American Association of Pediatrics recomenda o aleitamento materno7 exclusivo durante os primeiros seis meses de vida. "Embora não possamos fazer recomendações específicas sobre o ganho de peso em recém-nascidos, certamente podemos endossar o aleitamento materno7", diz o Dr. Stettler.
Fontes: American Heart Association
Children's Hospital of Philadelphia