The Lancet: consumo de álcool aumenta mortalidade e casos de câncer
O consumo de álcool é o terceiro mais importante fator de risco1 modificável para morte e invalidez. No entanto, ele tem sido associado tanto a benefícios como a malefícios em estudos realizados principalmente em países de alta renda. A presente análise, publicada pelo The Lancet, investigou as associações entre o consumo de álcool e resultados clínicos em uma coorte2 prospectiva de países com diferentes níveis econômicos em cinco continentes.
Informações de 12 países que participaram do Prospective Urban Rural Epidemiological (PURE), um estudo prospectivo3 de coorte2 de indivíduos com idade entre 35 e 70 anos, foram incluídas na análise. Avaliou-se as associações com mortalidade4 (n=2.723), doença cardiovascular (n=2.742), infarto do miocárdio5 (n=979), acidente vascular cerebral6 (n=817), câncer7 relacionado ao álcool (n= 764), trauma (n=824), admissão em hospital (n=8.786) e um composto desses resultados (n=11.963).
Foram incluídos 114.970 adultos, dos quais 12.904 (11%) eram de países de alta renda, 24.408 (21%) eram de países de renda média alta, 48.845 (43%) eram de países de renda média baixa e 28.813 (25%) eram de países de baixos rendimentos. O acompanhamento médio foi de 4,3 anos. O consumo atual de álcool foi relatado por 36.030 (31%) indivíduos e foi associado à diminuição do infarto do miocárdio5, mas ao aumento dos cânceres relacionados ao álcool. A alta ingestão de álcool foi associada ao aumento da mortalidade4. Comparados aos que nunca beberam, foram identificadas reduções significativas nos riscos dos desfechos compostos para bebedores atuais em países de renda mais alta, mas não em países de renda baixa, para os quais não se identificou reduções nos resultados analisados.
O consumo atual de álcool está associado de maneira diversa aos resultados clínicos e associações diferentes por região de acordo com a renda do país. No entanto, foram identificados pontos suficientemente comuns para apoiar as estratégias globais de saúde8 para reduzir o uso nocivo de álcool.
Fonte: The Lancet, publicação online, de 16 de setembro de 2015