NEJM: atenolol versus losartan em crianças e adultos jovens com síndrome de Marfan
A dissecção aórtica é a principal causa de morte na síndrome1 de Marfan. Estudos sugerem que, com relação à desaceleração do alargamento da raiz da aorta2, o losartan pode ser mais eficaz do que os betabloqueadores, a atual terapia padrão na maioria dos centros médicos.
Foi realizado um estudo randomizado3 comparando o uso de losartan ao uso de atenolol em crianças e adultos jovens com síndrome1 de Marfan. O desfecho primário foi a taxa de crescimento da raiz da aorta2, expressa como a mudança no diâmetro máximo da raiz da aorta2, indexado pelo z score, em relação à área de superfície corporal ao longo de um período de três anos. Os resultados secundários incluíram a taxa de variação do diâmetro absoluto da raiz da aorta2, a taxa de mudança na regurgitação4 aórtica, o tempo de dissecção da aorta5, cirurgia da raiz da aorta2 ou morte, crescimento somático e a incidência6 de eventos adversos.
De janeiro de 2007 a fevereiro de 2011 foi acompanhado um total de vinte e um centros clínicos inscritos com 608 participantes, dos seis meses aos 25 anos de idade (média de idade 11,5 ± 6,5 anos no grupo atenolol e 11,0 ± 6,2 anos no grupo losartan), que tinham score z da raiz da aorta2 superior a 3,0. A taxa de referência de mudança no z score da raiz da aorta2 não diferiu significativamente entre o grupo atenolol e o grupo losartan (p=0,08). Ambos os tratamentos indicaram uma diminuição na dilatação da raiz da aorta2 em relação à área de superfície corporal. As taxas de cirurgia na raiz da aorta2, dissecção da aorta5, morte e uma composição desses eventos nos três anos de acompanhamento não diferiram significativamente entre os dois grupos de tratamento.
Concluiu-se que entre as crianças e os jovens adultos com síndrome1 de Marfan que foram aleatoriamente designados para receber losartan ou atenolol, não foram encontradas diferenças significativas na taxa de dilatação da raiz da aorta2 entre os dois grupos de tratamento durante um período de três anos.
Fonte: The New England Journal of Medicine (NEJM), de 18 de novembro de 2014