OMS muda recomendações de terapia antiretroviral para o HIV
Há uma estimativa de que 33,4 milhões de pessoas estão vivendo com HIV1/AIDS, com uma incidência2 anual de aproximadamente 2,7 milhões. A Organização Mundial de Saúde3 (OMS) estima que desde de que o tratamento efetivo para o HIV1 se tornou disponível em 2006, cerca de 2,9 milhões de vidas foram salvas.
Os protocolos sobre terapia antiretroviral foram primeiramente publicados em 2002, resumidos e simplificados em 2003 e atualizados em 2006. Agora, as novas recomendações são baseadas nos dados disponíveis mais atuais.
As principais modificações nas recomendações da OMS para a terapia antiretroviral (TAR) são:
- A última orientação da OMS, feita em 2006, sugeria que os portadores do vírus4 iniciassem o tratamento assim que seus níveis de células5 T CD4 (célula6 de defesa) fossem iguais ou inferiores a 200 células5 por milímetro cúbico de sangue7. De acordo com a nova recomendação, o tratamento para adultos e adolescentes HIV1 positivos deve começar mais precocemente, quando a contagem for igual ou inferior a 350 células5 por milímetro cúbico de sangue7. A nova diretriz serve para todos os pacientes com HIV1, inclusive grávidas, independente da presença ou ausência de sintomas8 da doença. Esta nova diretriz tem como base que o início precoce da TAR estimula o sistema imune9, diminui o risco de mortalidade10 e morbidade11 associados ao HIV1 e também reduz o risco de transmissão de HIV1 e tuberculose12.
- Efeitos colaterais13 irreversíveis e de longo prazo, como a neuropatia periférica14 e a lipodistrofia15 (perda de gordura16 corporal), estão presentes com o uso da Estavudina (d4T), droga usada amplamente em países em desenvolvimento por sua disponibilidade e baixo custo. A OMS recomenda que a estavudina seja, na medida do possível, substituída pela Zidovudina (AZT) ou pelo Tenofovir (TDF).
- Para prevenir a transmissão de mães HIV1 positivas para seus filhos, a OMS recomenda que a TAR deva ser iniciada mais cedo na gravidez17 (com 14 semanas de gestação) e continuar até que a amamentação18 tenha se encerrado. É uma mudança em relação a 2006, que dizia para iniciar a TAR no terceiro trimestre da gestação, começando na 28ª semana da gravidez17.
- A OMS recomenda que a amamentação18 siga até 12 meses de vida, desde que mães HIV1 positivas ou crianças recebam a TAR durante este período. Duas alternativas para mulheres HIV1 positivas que estão amamentando e não estão recebendo TAR são:
- Para mulheres que receberam AZT durante a gravidez17, Nevirapina está recomendada diariamente para a criança, do nascimento até o final da amamentação18.
- Para as mulheres que receberam esquema de 3 drogas durante a gravidez17, o regime deve ser mantido até que a amamentação18 se complete.
Existem dois desafios principais. O primeiro é disponibilizar os medicamentos para alguns países com recursos limitados. O segundo é fazer com que mais pessoas façam testes de HIV1 de maneira voluntária e recebam aconselhamento antes de desenvolverem os sintomas8 da doença.
Caso as novas recomendações sejam seguidas, mais pessoas vão necessitar de tratamento, aumentando os custos. Mas os gastos com hospitalizações vão diminuir, aumentando a produtividade, já que os infectados poderão trabalhar por mais tempo sem apresentar os sintomas8 da doença. Menos crianças serão abandonadas com o vírus4 e, com a divulgação dos benefícios do início precoce da terapia, mais pessoas ficarão motivadas a fazer testes de HIV1 e a receber aconselhamento sobre a doença.
Fonte consultada: OMS
Leia as recomedações da OMS.