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Benefícios do café para ativar o trânsito intestinal no pós-operatório de colectomia, em estudo do British Journal of Surgery

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O íleo pós-operatório1 ou íleo paralítico2 é um problema comum após cirurgias abdominais. Um estudo publicado pelo periódico British Journal of Surgery, mostrou que o consumo de café poderia reduzir o íleo pós-operatório1 após colectomia.

O estudo multicêntrico e randomizado3, com pacientes com doença maligna ou benigna que fizeram uma colectomia aberta ou laparoscópica eletiva4, os quais foram aleatoriamente designados antes da cirurgia a receber café ou água após o procedimento (100 ml, três vezes ao dia), teve como desfecho primário a primeira evacuação no pós-operatório e como desfechos secundários a eliminação dos primeiros flatos, o tempo de tolerância aos alimentos sólidos, o tempo de internação e a morbidade5 perioperatória.

Um total de 80 pacientes (com idade média de 61 anos) foi distribuído aleatoriamente, 40 para cada grupo. Após a exclusão, por várias razões, a análise final envolveu 35 pacientes no grupo do café e 36 pacientes no grupo da água. As características dos pacientes foram semelhantes em ambos os grupos. O tempo para a primeira evacuação foi significativamente menor nos que receberam café em relação aos que receberam água. O tempo de tolerância aos alimentos sólidos e o tempo para a eliminação dos primeiros flatos mostraram uma tendência semelhante, mas as diferenças não foram significativas. O tempo de internação hospitalar e morbidade5 foram comparáveis nos dois grupos.

Concluiu-se que o consumo de café após colectomia é seguro e foi associado a um tempo reduzido para a primeira evacuação no pós-operatório, além de ser uma forma barata e segura para ativar a motilidade intestinal após cirurgia eletiva4 do cólon6. O mecanismo pelo qual o café poderia causar esse efeito é desconhecido.

Fonte: British Journal of Surgery, o volume 99, de Novembro de 2012 

NEWS.MED.BR, 2013. Benefícios do café para ativar o trânsito intestinal no pós-operatório de colectomia, em estudo do British Journal of Surgery. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/365104/beneficios-do-cafe-para-ativar-o-transito-intestinal-no-pos-operatorio-de-colectomia-em-estudo-do-british-journal-of-surgery.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.

Complementos

1 Íleo pós-operatório: O íleo adinâmico, também denominado íleo paralítico, reflexo, por inibição ou pós-operatório, é definido como uma atonia reflexa gastrintestinal, onde o conteúdo não é propelido através do lúmen, devido à parada da atividade peristáltica, sem uma causa mecânica. É distúrbio comum do pós-operatório podendo-se afirmar que ocorre após toda cirurgia abdominal, como resposta “fisiológica“ à intervenção, variando somente sua intensidade, afetando todo o aparelho digestivo ou parte dele.
2 Íleo paralítico: O íleo adinâmico, também denominado íleo paralítico, reflexo, por inibição ou pós-operatório, é definido como uma atonia reflexa gastrintestinal, onde o conteúdo não é propelido através do lúmen, devido à parada da atividade peristáltica, sem uma causa mecânica. É distúrbio comum do pós-operatório podendo-se afirmar que ocorre após toda cirurgia abdominal, como resposta “fisiológica“ à intervenção, variando somente sua intensidade, afetando todo o aparelho digestivo ou parte dele.
3 Randomizado: Ensaios clínicos comparativos randomizados são considerados o melhor delineamento experimental para avaliar questões relacionadas a tratamento e prevenção. Classicamente, são definidos como experimentos médicos projetados para determinar qual de duas ou mais intervenções é a mais eficaz mediante a alocação aleatória, isto é, randomizada, dos pacientes aos diferentes grupos de estudo. Em geral, um dos grupos é considerado controle – o que algumas vezes pode ser ausência de tratamento, placebo, ou mais frequentemente, um tratamento de eficácia reconhecida. Recursos estatísticos são disponíveis para validar conclusões e maximizar a chance de identificar o melhor tratamento. Esses modelos são chamados de estudos de superioridade, cujo objetivo é determinar se um tratamento em investigação é superior ao agente comparativo.
4 Eletiva: 1. Relativo à eleição, escolha, preferência. 2. Em medicina, sujeito à opção por parte do médico ou do paciente. Por exemplo, uma cirurgia eletiva é indicada ao paciente, mas não é urgente. 3. Cujo preenchimento depende de eleição (diz-se de cargo). 4. Em bioquímica ou farmácia, aquilo que tende a se combinar com ou agir sobre determinada substância mais do que com ou sobre outra.
5 Morbidade: Morbidade ou morbilidade é a taxa de portadores de determinada doença em relação à população total estudada, em determinado local e em determinado momento.
6 Cólon:
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