Maior quantidade de melanina na pele pode estar associada a maior dependência de nicotina, segundo artigo do Pharmacology Biochemistry and Behavior
Estudo realizado por pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, publicado na revista Pharmacology Biochemistry and Behavior, mostra uma associação positiva entre a maior quantidade de melanina1 na pele2 e a dependência à nicotina.
Participaram do estudo 147 adultos fumantes afrodescendentes. Foram realizados questionários a respeito de dados demográficos e sociais relacionados ao hábito de fumar e à cor da pele2. A média de cigarros fumados por dia, o teste de Fagerström e a concentração de cotinina (substância encontrada na saliva, através da qual pode-se medir a quantidade de nicotina absorvida pelo fumante) foram avaliados para medir a dependência à nicotina. Após análises estatísticas, os resultados suportam a hipótese de uma associação positiva entre os níveis mais altos de melanina1 e o uso, dependência e exposição ao cigarro entre fumantes afrodescentes. Foi observado que quanto mais melanina1, maiores os depósitos de nicotina acumulados, agravando a dependência.
É sabido que pessoas de pele2 mais escura, com mais melanina1, têm maior dificuldade de largar o cigarro e sofrem mais com as doenças causadas por esta dependência. O Dr. Gare King, médico da Universidade da Pensilvânia e um dos coordenadores do estudo, disse que entender a conexão entre os aspectos biológicos da cor da pele2 e o uso de nicotina é fundamental para ajudar principalmente as pessoas com pele2 mais escura a largar o vício do cigarro.
Pesquisas futuras são necessárias tanto entre afrodescendentes, como em outros grupos populacionais para maior esclarecimento desta descoberta.