Crianças menores de 5 anos e adenoidectomia sem amigdalectomia são fatores de risco para adenoidectomia de repetição, publicado pelo Archives of Otolaryngology - Head & Neck Surgery
Crianças com menos de cinco anos e adenoidectomia1 sem amigdalectomia são fatores de risco para adenoidectomias de repetição, é o que sugerem os resultados de um novo estudo publicado pelo Archives of Otolaryngology - Head & Neck Surgery. Os dados vêm de um dos maiores estudos realizados, envolvendo mais de 10.000 crianças acompanhadas ao longo de 20 anos, que fizeram a cirurgia em um único hospital no Canadá.
A apneia obstrutiva do sono2 e o uso de curetagem3 para a primeira adenoidectomia1 também foram associados à necessidade de repetição do procedimento, apesar de não terem alcançado significância estatística.
Os pesquisadores aconselham os médicos a alertar os pais sobre a possibilidade de uma nova cirurgia futura, especialmente se a criança tiver menos de 5 anos, e a manter estreita vigilância sobre as crianças submetidas à adenoidectomia1 sem amigdalectomia.
Os pesquisadores realizaram uma análise de coorte4 retrospectiva de todas as adenoidectomias e adenotonsilectomias realizadas no Children's Hospital of Eastern Ontario, no Canadá, entre 1990 e 2010. Houve 10.948 casos no total, incluindo a confirmação de repetição de procedimentos em 168 casos (1,5%).
Os autores também realizaram um estudo caso-controle no qual cada criança que tinha passado por uma adenoidectomia1 de repetição foi pareada por idade com uma criança que tinha sofrido uma única adenoidectomia1 dentro de 5 anos. Das 168 crianças que necessitaram de adenoidectomia1 de repetição, 52 (31,0%) tinham 2 anos de idade ou menos e 127 (75,6%) tinham 5 anos de idade ou menos em comparação com 736 (6,9%) e 5.060 (47,8%) de 10.591 crianças incluídas na análise (P<0,001 para ambas as comparações).
Crianças menores de 2 anos foram 5,6 vezes mais prováveis de exigir a repetição do procedimento e crianças menores de 5 anos foram 3,2 vezes mais propensas a exigir uma nova adenoidectomia1, segundo a autora do estudo Melanie Duval, do Departamento de Otorrinolaringologia da Universidade de Ottawa, Ontário.
As explicações possíveis incluem uma maior dificuldade para realizar uma remoção completa devido à pequena estrutura da nasofaringe5 e a persistência dos fatores etiológicos que levaram à hipertrofia6 inicial da adenoide.
A análise de regressão logística condicional associada ao estudo de caso-controle mostrou que, em comparação com crianças que haviam sido submetidos à amigdalectomia, bem como à adenoidectomia1, as crianças que fizeram apenas uma adenoidectomia1 eram quatro vezes mais propensas a exigir um procedimento de repetição (P <0,001).
Para levar em conta a evolução da técnica cirúrgica, os autores conduziram uma análise separada de casos realizados entre 1992 e 2002. De 128 crianças com adenoidectomias de repetição, 82 (64,0%) fizeram adenoidectomia1 isolada, em comparação com 1.993 (30,4%) dos 6.566 pacientes que precisaram de um único procedimento (P <0,001). Novos estudos são necessários para avaliar o efeito da técnica cirúrgica utilizada para remoção da adenoide.
As limitações do estudo incluem a incapacidade de avaliar a ocorrência de hipertrofia6 da adenoide que não requer cirurgia ou para avaliar o benefício clínico da repetição das adenoidectomias.