Antipsicóticos beneficiam pacientes esquizofrênicos diminuindo suas recaídas, publicado pelo The Lancet
A prevenção da recaída com drogas antipsicóticas em comparação com placebo1 em pacientes com esquizofrenia2 não tem sido suficientemente abordada por revisões sistemáticas. O objetivo do estudo, publicado pelo The Lancet, foi avaliar a associação entre tais medicamentos e seus efeitos em pacientes esquizofrênicos para resolver questões controversas.
Foram avaliados dados de registro do grupo especializado Cochrane Schizophrenia Group's para obter os relatórios publicados antes de 11 de novembro de 2008 e do PubMed, Embase e ClinicalTrials.gov para aqueles antes de 08 de junho de 2011. Empresas farmacêuticas foram contactadas para a obtenção de listas de referência dos estudos incluídos e de comentários anteriores. Ensaios clínicos3 randomizados de pacientes com esquizofrenia2 em qualquer regime antipsicótico de continuação ou de retirada após estabilização eram elegíveis. O resultado preliminar foi a recaída entre sete e doze meses.
Foram identificados 116 relatórios adequados entre 65 ensaios clínicos3, com dados de 6.493 pacientes. Os medicamentos antipsicóticos reduziram significativamente as taxas de recaída em um ano (antipsicóticos 27% vs placebo1 64%). A readmissão foi menos observada naqueles pacientes que recebiam drogas antipsicóticas do que nos que recebiam placebo1. Evidências limitadas sugerem melhor qualidade de vida e menos atos agressivos com o uso de medicamentos antipsicóticos do que com placebo1.
Os dados sobre atividades laborais eram escassos e as informações sobre mortes pouco foram apresentadas para permitir que diferenças significativas pudessem ser identificadas.
Os pacientes que receberam drogas antipsicóticas ganharam mais peso do que aqueles que receberam placebo1 (10% vs 6%), tiveram mais distúrbios de movimento (16% vs 9%) e experimentam algum grau de sedação4 (13% vs 9%).
Concluiu-se que o tratamento de manutenção com drogas antipsicóticas beneficia pacientes com esquizofrenia2. As vantagens destes medicamentos e os seus efeitos colaterais5 devem ser avaliados cuidadosamente. Estudos futuros deverão concentrar-se em esclarecimentos sobre a morbidade6 em longo prazo e a mortalidade7 com o uso destas medicações.
Fonte: The Lancet, publicação online de 3 de maio de 2012