Sete novas proteínas identificadas podem auxiliar no diagnóstico da Leishmaniose Visceral
Pesquisa realizada por equipes da Fiocruz em Pernambuco e na Bahia identifica sete proteínas1 que podem servir para a fabricação de um teste diagnóstico2 rápido e eficiente para a leishmaniose visceral (LV), além de colaborarem para o desenvolvimento de uma nova vacina3. A novidade pode beneficiar muitos brasileiros, já que em 2006 foram registrados 3.433 casos de LV, de acordo com dados do Ministério da Saúde4.
Os testes diagnósticos elaborados com um número pequeno de proteínas1 do parasito causador desta doença, como as proteínas1 identificadas pela Fiocruz, deverão ser mais sensíveis e específicos se comparados aos métodos empregados atualmente na rede de saúde4 do Brasil, o de imunoflorescência indireta e o Elisa. De acordo com os pesquisadores, pelo menos três das sete proteínas1 recém-identificadas podem ser utilizadas em um kit de diagnóstico2 semelhante aos testes rápidos de gravidez5. A perspectiva é desenvolver, juntamente com Biomanguinhos (outra unidade da Fiocruz), testes que poderão ser empregados em campo, tanto no diagnóstico2 em cães, que são o principal reservatório do parasito causador da LV (a Leishmania chagasi), como em humanos.
Exames realizados com as proteínas1 identificadas podem reduzir bastante o risco de se diagnosticar erradamente casos de outras doenças como sendo de leishmaniose, devido à reação cruzada com outros parasitos, a exemplo do Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas6, que é um parasito da mesma família da Leishmania. Um kit rápido para uso no diagnóstico2 da infecção7 canina seria útil para o desenvolvimento dos trabalhos de vigilância epidemiológica e propiciaria, de acordo com os pesquisadores, a tomada de medidas de controle mais rápida por parte das autoridades sanitárias. No caso do diagnóstico2 da doença humana, um kit rápido pode reduzir a duração entre o período de suspeita e o diagnóstico2 definitivo e, por isso, permitirá o pronto tratamento do paciente.
Parte das proteínas1 identificadas foram selecionadas como o objetivo inicial de se desenvolver uma vacina3 contra LV canina. Para este fim, já foram realizados experimentos em camundongos e em cães. Os resultados, até o momento, mostram que alguns protocolos de imunização8 resultam na indução de resposta imune adequada contra proteínas1 do parasito causador da enfermidade.
Optou-se por iniciar as investigações para obtenção da vacina3 para cães devido ao fato de o animal ser o principal reservatório do protozoário9 nas Américas. Em áreas endêmicas, 70% a 80% dos cães estão infectados. Além disso, a maioria deles volta a desenvolver a doença após o tratamento, caso a medicação seja suspensa, mesmo sendo levados para áreas não endêmicas.
Os projetos contam com o financiamento da Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio) e do Programa de Desenvolvimento Tecnológico em Insumos para Saúde4 (PDTIS) da Fiocruz.
Fonte: Agência Fiocruz de Notícias