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Risco de infecções e câncer em pacientes com doenças reumatológicas que recebem inibidores de interleucina

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O perfil de segurança dos inibidores da interleucina (IL) não está bem estabelecido.

Nesta revisão sistemática e metanálise, publicada pelo JAMA Network Open, buscou-se avaliar o risco de infecções1 graves, infecções1 oportunistas e câncer2 em pacientes com doenças reumatológicas tratadas com inibidores da IL.

Saiba mais sobre "Diferenças entre inflamação3 e infecção4", "Infecções1 oportunistas" e "Câncer2 - nformações importantes".

Foram pesquisadas as bases de dados Ovid MEDLINE and Epub Ahead of Print, In-Process & Other Non-Indexed Citations; Ovid MEDLINE Daily; Ovid Embase; Ovid Cochrane Central Register of Controlled Trials; Ovid Cochrane Database of Systematic Reviews; e Scopus ​​(do início até 30 de novembro de 2018).

Ensaios clínicos5 randomizados, controlados por placebo6, que avaliaram terapias com inibidores da IL em doenças reumáticas e relataram dados de segurança foram incluídos nas análises.

Esta revisão sistemática é relatada de acordo com a declaração de Itens de Relatório Preferenciais para Revisões Sistemáticas e Metanálises (PRISMA). Dois pesquisadores extraíram independentemente os dados do estudo e avaliaram o risco de viés e certeza nas evidências. A metanálise de efeitos fixos foi conduzida para reunir odds ratios (ORs) para infecções1 graves, infecções1 oportunistas e cânceres para inibidores da IL versus placebo6.

Os resultados de interesse foram o número de infecções1 graves, infecções1 oportunistas e câncer2 em indivíduos que receberam terapias com inibidores da IL em comparação com o placebo6.

Nesta metanálise, 74 estudos compreendendo 29.214 pacientes (24.236 pacientes para infecções1 graves, 9.998 para infecções1 oportunistas e 21.065 para câncer2 [número de pacientes se sobrepõe a cada resultado]) foram incluídos.

Os pacientes que receberam inibidores da IL tiveram um risco maior de infecções1 graves (OR, 1,97; IC 95%, 1,58-2,44; P <0,001, I² = 0%; alta certeza), infecções1 oportunistas (OR, 2,35; IC 95%, 1,09 -5,05; P = 0,03, I² = 0%; certeza moderada) e câncer2 (OR 1,52; IC 95% 1,05-2,19; P = 0,03, I² = 11%; certeza moderada).

O estudo concluiu que o risco de infecções1 graves, infecções1 oportunistas e câncer2 parece ser aumentado em pacientes com doenças reumatológicas que são tratados com inibidores da IL em comparação com o placebo6.

Esta análise sugere estimativas de risco de infecções1 e câncer2 associadas ao uso de inibidores de interleucina que podem informar a tomada de decisões compartilhadas quando pacientes e médicos estão contemplando o uso de inibidores de interleucina para doenças reumatológicas.

Leia sobre "Osteoartrite7", "Artrose8", "Fibromialgia9", "Osteoporose10", "Gota11" e "Artrite reumatoide12".

 

Fonte: JAMA Network Open, publicação em 18 de outubro de 2019.

 

NEWS.MED.BR, 2019. Risco de infecções e câncer em pacientes com doenças reumatológicas que recebem inibidores de interleucina. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1349413/risco-de-infeccoes-e-cancer-em-pacientes-com-doencas-reumatologicas-que-recebem-inibidores-de-interleucina.htm>. Acesso em: 19 abr. 2024.

Complementos

1 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
2 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
3 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
4 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
5 Ensaios clínicos: Há três fases diferentes em um ensaio clínico. A Fase 1 é o primeiro teste de um tratamento em seres humanos para determinar se ele é seguro. A Fase 2 concentra-se em saber se um tratamento é eficaz. E a Fase 3 é o teste final antes da aprovação para determinar se o tratamento tem vantagens sobre os tratamentos padrões disponíveis.
6 Placebo: Preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, ministrada em substituição a um medicamento, com a finalidade de suscitar ou controlar as reações, geralmente de natureza psicológica, que acompanham tal procedimento terapêutico.
7 Osteoartrite: Termo geral que se emprega para referir-se ao processo degenerativo da cartilagem articular, manifestado por dor ao movimento, derrame articular, etc. Também denominado artrose.
8 Artrose: Também chamada de osteoartrose ou processo degenerativo articular, resulta de um processo anormal entre a destruição cartilaginosa e a reparação da mesma. Entende-se por cartilagem articular, um tipo especial de tecido que reveste a extremidade de dois ossos justapostos que possuem algum grau de movimentação entre eles, sua função básica é a de diminuir o atrito entre duas superfícies ósseas quando estas executam qualquer tipo de movimento, funcionando como mecanismo de absorção de choque. O estado de hidratação da cartilagem e a integridade da mesma, é fator preponderante para o não desenvolvimento da artrose.
9 Fibromialgia:
10 Osteoporose: Doença óssea caracterizada pela diminuição da formação de matriz óssea que predispõe a pessoa a sofrer fraturas com traumatismos mínimos ou mesmo na ausência deles. É influenciada por hormônios, sendo comum nas mulheres pós-menopausa. A terapia de reposição hormonal, que administra estrógenos a mulheres que não mais o produzem, tem como um dos seus objetivos minimizar esta doença.
11 Gota: 1. Distúrbio metabólico produzido pelo aumento na concentração de ácido úrico no sangue. Manifesta-se pela formação de cálculos renais, inflamação articular e depósito de cristais de ácido úrico no tecido celular subcutâneo. A inflamação articular é muito dolorosa e ataca em crises. 2. Pingo de qualquer líquido.
12 Artrite reumatóide: Doença auto-imune de etiologia desconhecida, caracterizada por poliartrite periférica, simétrica, que leva à deformidade e à destruição das articulações por erosão do osso e cartilagem. Afeta mulheres duas vezes mais do que os homens e sua incidência aumenta com a idade. Em geral, acomete grandes e pequenas articulações em associação com manifestações sistêmicas como rigidez matinal, fadiga e perda de peso. Quando envolve outros órgãos, a morbidade e a gravidade da doença são maiores, podendo diminuir a expectativa de vida em cinco a dez anos.
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