Comorbidades clínicas explicam a associação entre transtorno de estresse pós-traumático e doença cardiovascular incidente
O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) está associado ao risco de doença cardiovascular (DCV). Fatores biopsicossociais associados ao TEPT provavelmente são responsáveis por algumas ou todas essas associações. Neste estudo, publicado pelo periódico JAHA , pesquisadores avaliaram se 1, ou uma combinação de comorbidades1, explicava a associação entre TEPT e DCV incidente2.
Os pacientes elegíveis utilizaram 1 dos 5 centros médicos do Veterans Health Affairs distribuídos em todo o Estados Unidos. Os dados foram obtidos de registros eletrônicos de saúde3. Na data de classificação dos dados do estudo, 2.519 pacientes do Veterans Health Affairs (VA), de 30 a 70 anos de idade, tinham diagnósticos de TEPT e 1.659 não tinham. Os pacientes não tiveram diagnósticos de DCV por 12 meses antes da data da classificação.
Os pacientes poderiam entrar na coorte4 entre 2008 e 2012 com acompanhamento até 2015. Modelos de risco proporcional de Cox ajustados à idade foram calculados antes e depois do ajuste para comorbidades1.
Os pacientes eram de meia idade (média = 50,1 anos, DP ± 11,0), predominantemente do sexo masculino (87,0%) e 60% eram brancos. A associação ajustada por idade entre TEPT e DCV incidente2 foi significativa (razão de risco = 1,41; IC 95%: 1,21–1,63).
Após ajuste para as condições metabólicas, a associação entre TEPT e DCV incidente2 foi atenuada, mas permaneceu significativa (razão de risco = 1,23; IC 95%: 1,06‐1,44). Após ajuste adicional para tabagismo, distúrbio do sono, transtorno por uso de substâncias, transtornos de ansiedade e depressão, o TEPT não foi associado à DCV incidente2 (razão de risco = 0,96; IC 95%: 0,81–1,15).
Concluiu-se no estudo que o TEPT não é um fator de risco5 independente para DCV. Condições físicas e psiquiátricas e tabagismo que coocorrem com o TEPT explicam por que essa população de pacientes tem um risco aumentado de DCV. O monitoramento cuidadoso pode limitar a exposição aos fatores de risco de DCV e à DCV incidente2 subsequente.
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Fonte: Journal of the American Heart Association, Vol.8, No. 4, em 19 de fevereiro de 2019.