Qual o momento ideal para mudar da antibioticoterapia venosa para a via oral em crianças com doenças infecciosas?
Estudo de revisão sistemática sobre o momento ideal para a mudança do tratamento de infecções1 bacterianas em crianças com antibióticos venosos para o uso por via oral teve publicação online pelo periódico The Lancet Infectious Diseases.
Poucos estudos estão disponíveis para informar sobre a duração de antibióticos intravenosos para crianças e quando é seguro e apropriado mudar para os antibióticos orais. Pesquisadores australianos do ANZPID-ASAP Group avaliaram sistematicamente a duração de antibióticos e o tempo ideal para mudar da terapia intravenosa para a via oral em 36 doenças infecciosas pediátricas e desenvolveram recomendações baseadas em evidências, em diretrizes e em consensos entre especialistas.
Foram pesquisados os bancos de dados e obtidas informações de referências e protocolos relevantes. Todos os estudos elegíveis foram avaliados quanto à sua qualidade da pesquisa. Cerca de 4090 artigos foram identificados e 170 estudos foram incluídos nesta revisão. Evidências relacionadas à duração da antibioticoterapia e os resultados obtidos em crianças para algumas infecções1 foram apoiadas por meta-análises ou ensaios clínicos2 randomizados; em outras infecções1 os dados eram apenas de séries retrospectivas. Critérios para mudança da via venosa para a via oral comumente incluíam defervescência e melhora clínica com ou sem melhora dos marcadores laboratoriais.
Evidências sugerem que a mudança da via intravenosa para a via oral pode ocorrer mais cedo do que o recomendado anteriormente para algumas infecções1. Nesta revisão foram sintetizadas recomendações de duração da antibioticoterapia e da alternância da via venosa para a via oral para apoiar a tomada de decisão clínica e as pesquisas prospectivas. Estas recomendações podem ser consultadas no site da Australasian Society for Infectious Diseases em ASAP Guidelines for Antibiotic Duration and IV-Oral Switch.
Fonte: The Lancet Infectious Diseases, publicação online, de 16 de junho de 2016