Fototerapia neonatal com luz azul pode estar associada ao aparecimento de nevos melanocíticos, de acordo com trabalho publicado pelo periódico Pediatrics
Pesquisadores húngaros relataram, em pesquisa divulgada pelo periódico Pediatrics, que apesar da fototerapia neonatal com luz azul (NBLP) estar sendo amplamente utilizada para o tratamento da icterícia neonatal1 para reduzir a concentração plasmática de bilirrubina2 e, portanto, para evitar o kernicterus3, ela pode ser um fator de risco4 para o desenvolvimento de nevos5 melanocíticos.
O objetivo dos pesquisadores foi compreender melhor o papel da NBLP no desenvolvimento de nevos5 melanocíticos. A pesquisa também investigou o papel de outros fatores ambientais e constitucionais na formação dos nevos5.
Cinquenta e nove gêmeos monozigóticos e dizigóticos foram incluídos neste estudo transversal. Um dos membros da dupla recebeu NBLP e o outro não. Um exame da pele6 do corpo inteiro foi realizado para determinar a densidade de lesões7 cutâneas8 melanocíticas. A prevalência9 de lesões7 pigmentadas benignas na úvea10 foi avaliada durante um exame oftalmológico detalhado. Um questionário padronizado foi usado para avaliar os dados constitucionais, a exposição ao sol e outras variáveis. Para procurar possíveis interações genéticas e ambientais envolvidas no aparecimento de lesões7 pigmentadas, as variantes do receptor de melanocortina 1 e genes do polimorfismo I439V da histidina amônia-liase também foram determinados nos gêmeos participantes.
A NBLP foi associada com uma prevalência9 significativamente maior de ambas as lesões7 melanocíticas - tanto cutâneas8, quanto uveais. Não foi encontrada associação entre os polimorfismos dos genes examinados e o número de alterações pigmentadas no grupo de estudo analisado.
Os dados sugerem que NBLP pode ser um fator de risco4 para o desenvolvimento de nevo11 melanocítico.
A fototerapia com lâmpadas de luz azul é uma modalidade terapêutica12 padrão e essencial nos cuidados neonatais e, portanto, estudos adicionais in vivo e in vitro são necessários para estabelecer seus potenciais efeitos adversos a longo prazo.