Gostou do artigo? Compartilhe!

Novo estudo associa o aumento da ingestão de vitamina K a um menor risco de doença cardiovascular aterosclerótica

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie esta notícia

Uma análise dos padrões dietéticos de mais de 50.000 pacientes sugere que dietas ricas em vitamina1 K podem reduzir o risco de um paciente desenvolver doença cardiovascular aterosclerótica (DCVA), com um efeito ainda mais notável no risco de doença arterial periférica (DAP).

Aproveitando os dados do questionário de frequência alimentar do Estudo Dinamarquês sobre Dieta, Câncer2 e Saúde3, os pesquisadores descobriram que pacientes com os maiores níveis de ingestão de vitamina1 K1 e vitamina1 K2 experimentaram um risco 21% e 14% menor, respectivamente, de sofrer hospitalização relacionada à DCVA durante o estudo.

“As diretrizes dietéticas atuais para o consumo de vitamina1 K são geralmente baseadas apenas na quantidade de vitamina1 K1 que uma pessoa deve consumir para garantir que seu sangue4 possa coagular”, disse Nicola Bondonno, PhD, pesquisadora e professora adjunta da Edith Cowan University, em uma afirmação. “No entanto, há evidências crescentes de que a ingestão de vitamina1 K acima das diretrizes atuais pode oferecer proteção adicional contra o desenvolvimento de outras doenças, como a aterosclerose5.”

Saiba mais sobre "Deficiência de vitamina1 K", "Doenças cardiovasculares6", "Aterosclerose5" e "Sete passos para um coração7 saudável".

No artigo publicado no Journal of the American Heart Association, os pesquisadores relatam como a vitamina1 K na dieta (K1 e K2) pode reduzir o risco de doença cardiovascular aterosclerótica (DCVA) por meio de vários mecanismos. No entanto, os estudos que relacionam a ingestão de vitamina1 K com a DCVA incidente8 são limitados.

Nesse contexto, o objetivo deste novo estudo foi determinar a relação entre a ingestão de vitamina1 K na dieta e hospitalizações por DCVA.

Neste estudo de coorte9 prospectivo10, os participantes do Estudo Dinamarquês sobre Dieta, Câncer2 e Saúde3, sem DCVA anterior, preencheram um questionário de frequência alimentar no início do estudo e foram acompanhados para internações hospitalares por DCVA; doença isquêmica do coração7, acidente vascular cerebral11 isquêmico12 ou doença arterial periférica.

A ingestão de vitamina1 K1 e vitamina1 K2 foi estimada a partir do questionário de frequência alimentar, e sua relação com hospitalizações por DCVA foi determinada usando modelos de riscos proporcionais de Cox.

Entre 53.372 cidadãos dinamarqueses com uma idade mediana (intervalo interquartil) de 56 (52-60) anos, 8.726 indivíduos foram hospitalizados por qualquer DCVA durante 21 (17-22) anos de acompanhamento.

Em comparação com os participantes com a ingestão mais baixa de vitamina1 K1, os participantes com a ingestão mais elevada tiveram um risco 21% menor de hospitalização relacionada à DCVA (razão de risco, 0,79; IC 95%: 0,74-0,84), após ajustes multivariáveis ​​para covariáveis ​​demográficas relevantes.

Da mesma forma para a vitamina1 K2, o risco de hospitalização relacionada à DCVA para participantes com maior ingestão foi 14% menor do que para participantes com menor ingestão de vitamina1 K2 (razão de risco, 0,86; IC 95%, 0,81-0,91).

O estudo concluiu que o risco de doença cardiovascular aterosclerótica foi inversamente associado a dietas ricas em vitamina1 K1 ou K2. As associações inversas semelhantes com a vitamina1 K1 e K2, apesar de fontes dietéticas muito diferentes, destacam a importância potencial da vitamina1 K para a prevenção da DCVA.

“Embora mais pesquisas sejam necessárias para compreender totalmente o processo, acreditamos que a vitamina1 K atua protegendo contra o acúmulo de cálcio nas principais artérias13 do corpo que leva à calcificação14 vascular”, acrescentou Bondonno.

Leia sobre "O que é uma alimentação saudável", "Hipovitaminoses" e "Deficiência da vitamina1 D".

 

Fontes:
Journal of the American Heart Association, Vol. 10, Nº 16, em 17 de agosto de 2021.
Practical Cardiology, notícia publicada em 12 de agosto de 2021.

 

NEWS.MED.BR, 2021. Novo estudo associa o aumento da ingestão de vitamina K a um menor risco de doença cardiovascular aterosclerótica. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1399995/novo-estudo-associa-o-aumento-da-ingestao-de-vitamina-k-a-um-menor-risco-de-doenca-cardiovascular-aterosclerotica.htm>. Acesso em: 19 abr. 2024.

Complementos

1 Vitamina: Compostos presentes em pequenas quantidades nos diversos alimentos e nutrientes e que são indispensáveis para o desenvolvimento dos processos biológicos normais.
2 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
3 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
4 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
5 Aterosclerose: Tipo de arteriosclerose caracterizado pela formação de placas de ateroma sobre a parede das artérias.
6 Doenças cardiovasculares: Doença do coração e vasos sangüíneos (artérias, veias e capilares).
7 Coração: Órgão muscular, oco, que mantém a circulação sangüínea.
8 Incidente: 1. Que incide, que sobrevém ou que tem caráter secundário; incidental. 2. Acontecimento imprevisível que modifica o desenrolar normal de uma ação. 3. Dificuldade passageira que não modifica o desenrolar de uma operação, de uma linha de conduta.
9 Estudo de coorte: Um estudo de coorte é realizado para verificar se indivíduos expostos a um determinado fator apresentam, em relação aos indivíduos não expostos, uma maior propensão a desenvolver uma determinada doença. Um estudo de coorte é constituído, em seu início, de um grupo de indivíduos, denominada coorte, em que todos estão livres da doença sob investigação. Os indivíduos dessa coorte são classificados em expostos e não-expostos ao fator de interesse, obtendo-se assim dois grupos (ou duas coortes de comparação). Essas coortes serão observadas por um período de tempo, verificando-se quais indivíduos desenvolvem a doença em questão. Os indivíduos expostos e não-expostos devem ser comparáveis, ou seja, semelhantes quanto aos demais fatores, que não o de interesse, para que as conclusões obtidas sejam confiáveis.
10 Prospectivo: 1. Relativo ao futuro. 2. Suposto, possível; esperado. 3. Relativo à preparação e/ou à previsão do futuro quanto à economia, à tecnologia, ao plano social etc. 4. Em geologia, é relativo à prospecção.
11 Acidente vascular cerebral: Conhecido popularmente como derrame cerebral, o acidente vascular cerebral (AVC) ou encefálico é uma doença que consiste na interrupção súbita do suprimento de sangue com oxigênio e nutrientes para o cérebro, lesando células nervosas, o que pode resultar em graves conseqüências, como inabilidade para falar ou mover partes do corpo. Há dois tipos de derrame, o isquêmico e o hemorrágico.
12 Isquêmico: Relativo à ou provocado pela isquemia, que é a diminuição ou suspensão da irrigação sanguínea, numa parte do organismo, ocasionada por obstrução arterial ou por vasoconstrição.
13 Artérias: Os vasos que transportam sangue para fora do coração.
14 Calcificação: 1. Ato, processo ou efeito de calcificar(-se). 2. Aplicação de materiais calcíferos básicos para diminuir o grau de acidez dos solos e favorecer seu aproveitamento na agricultura. 3. Depósito de cálcio nos tecidos, que pode ser normal ou patológico. 4. Acúmulo ou depósito de carbonato de cálcio ou de carbonato de magnésio em uma camada de profundidade próxima a do limite de percolação da água no solo, que resulta em certa mobilidade deste e alteração de suas propriedades químicas.
Gostou do artigo? Compartilhe!