Redução dos níveis da proteína tau ajuda a interromper a progressão dos sintomas da doença de Alzheimer em ratos
Trabalho publicado na revista Science mostra que a redução dos níveis de uma proteína chamada tau ajuda a interromper a progressão dos sintomas1 da doença de Alzheimer2 em ratos, como crises convulsivas e déficits de memória. Caso esta estratégia funcione em humanos, isto pode representar um grande passo no tratamento e na prevenção desta doença neurológica degenerativa3 que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.
Mesmo uma redução parcial da tau previne problemas relacionados à memória e mortes prematuras em ratos com Alzheimer4, disse o Dr. Erik Roberson, professor de neurologia da Universidade da Califórnia em São Francisco (UCSF).
A doença de Alzheimer2 é uma doença degenerativa3 progressiva que compromete o cérebro5 causando perda gradual da memória, diminuição do senso crítico, desorientação no tempo e espaço, alteração da personalidade, dificuldades no aprendizado e na área da comunicação. O grau de comprometimento varia de paciente para paciente6 e também de acordo com o tempo de evolução da doença. Na fase final da doença, o paciente torna-se totalmente dependente dos cuidados de outra pessoa.
Embora a doença de Alzheimer2 afete o cérebro5 de ratos e humanos de maneira diferente, a descoberta do estudo impressionou os pesquisadores. A maioria dos esforços atuais para tratar a doença de Alzheimer2 está focada em reduzir os níveis de proteína beta-amilóide, responsável pela formação de placas7 neuríticas, característica histopatológica da doença de Alzheimer2. A proteína-beta amilóide é derivada do precursor da proteína amilóide, uma proteína trans-membrana encontrada preferencialmente nas terminações nervosas. Alguns pesquisadores acreditam que o depósito amilóide é tóxico aos neurônios8 adjacentes. Outros acreditam que esse depósito é um efeito secundário resultante da morte neuronal.
Em cérebros normais a tau regula a estabilidade interna dos neurônios8. Em pacientes com Alzheimer4, ela se agrupa em forma de massa ou novelo. Muitos tratamentos sugerem livrar-se dessas massas ou novelos, mas este estudo sugere preferencialmente regular os níveis de tau.
Os cientistas gostariam de criar uma estratégia para tornar o cérebro5 mais resistente à proteína beta-amilóide. Eles acham que reduzir os níveis de tau protege o cérebro5 da superestimulação, um achado que pode ter implicações em outras doenças neurológicas.
Alguns medicamentos disponíveis no mercado lentificam a progressão da doença de Alzheimer2, mas em algum momento eles param de funcionar.
Fonte: Science