BMJ: evidências sugerem papel protetor dos IECAs em relação ao risco de pneumonia
Estudo de revisão sistemática e meta-análise foi realizado para avaliar o uso de inibidores da enzima1 conversora de angiotensina (IECAs) ou dos bloqueadores dos receptores da angiotensina (BRAs) e o risco de pneumonia2.
As fontes de dados foram Medline, PubMed, Web of Science e Food and Drug Administration (FDA). As revisões sistemáticas e referências dos artigos encontrados também foram pesquisadas. A seleção dos estudos foi realizada por dois revisores que selecionaram ensaios clínicos3 randomizados e estudos de coorte4 e caso-controle que avaliaram o uso de IECAs ou BRAs e o risco de pneumonia2.
O desfecho primário foi a incidência5 de pneumonia2 e o desfecho secundário foi a mortalidade6 relacionada à pneumonia2. As análises de subgrupos foram realizadas de acordo com morbidades de base (acidente vascular cerebral7 - AVC, insuficiência cardíaca8 e doença renal9 crônica) e com as características dos pacientes (asiáticos e não-asiáticos).
Trinta e sete estudos elegíveis foram incluídos. Os IECAs foram associados a um risco significativamente reduzido de pneumonia2 em comparação com o tratamento controle e os BRAs. Em pacientes com acidente vascular cerebral7, o risco de pneumonia2 também foi menor nos doentes tratados com IECAs em comparação com o tratamento controle e BRA. Os IECAs foram associados a um risco significativamente reduzido de pneumonia2 entre pacientes asiáticos em comparação com os pacientes não-asiáticos. Em comparação com os tratamentos controle, ambos os IECAs e os BRAs foram associados a uma diminuição da mortalidade6 relacionada à pneumonia2, sem diferenças entre as intervenções.
As melhores evidências disponíveis sugerem papel protetor dos IECAs, mas não dos BRAs em relação ao risco de pneumonia2. As populações que mais se beneficiam são de pacientes com AVC prévio e pacientes asiáticos. Os IECAs também foram associados a uma diminuição da mortalidade6 relacionada à pneumonia2, mas os dados não tinham força estatística.
Fonte: BMJ, de 11 de julho de 2012