Desenvolvida vacina contra diarréia
Rotarix é o nome dado à vacina1 contra o rotavírus, causador de diarréia2 principalmente nos dois primeiros anos de vida. Desenvolvida pela GlaxoSmithKline, esta vacina1 vai chegar às clínicas de imunização3 dentro de três semanas. A diarréia2 por rotavírus é responsável por cerca de 600 mil óbitos de crianças por ano, segundo dados da Organização Mundial de Saúde4 (OMS).
O rotavírus tem um período de incubação5 de 24 a 48 horas, seguido de sintomas6 como diarréia2 aquosa, febre7 e vômitos8 que duram cerca de uma semana. Pode evoluir com quadro de desidratação9 grave e conseqüente desequilíbrio hidroeletrolítico10, condições que, não raro, culminam na morte de crianças nos países em desenvolvimento. Também são comuns casos assintomáticos em neonatos11 e adultos. A severidade da diarréia2 é mais freqüente em crianças de seis meses a dois anos de idade. É uma doença auto-limitada e atinge virtualmente todas as crianças, independente do nível sócio-econômico em que vivem. Não está relacionada com as condições de higiene e incide em qualquer população. Entretanto, mata mais nos países do hemisfério sul. Não existe um medicamento específico12 contra o vírus13 e a única forma de prevenção é a imunização3.
A Rotarix é uma vacina1 para uso oral, com duas doses - a primeira entre 6 e 14 semanas de vida e, a segunda, quatro semanas depois da primeira. Foi licenciada em 1997 pela Avant Immunotherapeutics para comercialização mundial pela Glaxo SmithKline. Já está sendo vendida no México desde o início deste ano.Testada em estudos que envolveram cerca de 70 mil crianças menores de 6 meses, a vacina1 mostrou-se segura, sem efeitos colaterais14. Apresentou eficácia de até 73% contra qualquer diarréia2 por rotavírus e de até 90% de proteção contra diarréia2 grave provocada pela doença, explica a diretora de Pesquisas Clínicas e Assistência Médica a Vacinas da Glaxo, Pilar Rubio. Apesar do custo ainda não ter sido definido, a estimativa é que cada dose tenha custo aproximado de R$300,00.
Testes conduzidos em Belém (PA), onde a Rotarix foi aplicada em mais de 3.000 crianças, obtiveram resultados satisfatórios. "Trata-se de uma vacina1 segura e sem efeitos colaterais14", afirma Alexandre Linhares, médico do Instituto Evandro Chagas, que acompanhou os estudos no Pará. Nos anos 90, a primeira tentativa de vacina1 foi retirada do mercado norte-americano por causar invaginação intestinal.
Para 2006, estão previstos os lançamentos de mais duas vacinas contra o rotavírus. A Rotateq, que está sendo desenvolvida pelo laboratório da Merck Sharp & Dohme, e outra, ainda sem nome, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o Instituto Nacional de Saúde4 dos Estados Unidos.
Fonte:Instituto Evandro Chagas