Gostou do artigo? Compartilhe!

Médicos australianos que descobriram a bactéria causadora de 80% das úlceras gástricas e 90% das de duodeno recebem Prêmio Nobel de Medicina

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie esta notícia

Dois médicos australianos receberam o Prêmio Nobel de Medicina neste ano por descobrirem que uma bactéria1, e não apenas stress, alimentação e estilo de vida, causa úlceras2 no sistema digestivo3. A bactéria1 Helicobacter pylori infecta o antro, a parte baixa do estômago4, provocando uma reação da mucosa5 gástrica, a gastrite6 e a úlcera7. Em estágio avançado, pode provocar hemorragias8 e levar ao câncer9. Porém, em grande parte das pessoas infectadas, é assintomática.

Hoje, sabe-se que a bactéria1 causa mais de 90% das úlceras2 do duodeno10 e 80% das gástricas. A descoberta, feita em 1982, transformou o modo de ver e tratar a doença.

Os dois médicos levaram quase 10 anos para convencer o mundo sobre a validade do feito. Estima-se que entre metade e um terço da população mundial carregue a H. pylori no estômago4, principalmente em países com más condições de saneamento. A grande maioria não apresenta sintomas11 e apenas 10% dos infectados desenvolvem uma úlcera7.

A cerimônia de entrega acontecerá no dia 10 de dezembro em Estocolmo, Suécia, e reunirá todos os premiados do ano.

NEWS.MED.BR, 2005. Médicos australianos que descobriram a bactéria causadora de 80% das úlceras gástricas e 90% das de duodeno recebem Prêmio Nobel de Medicina. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/saude/989/medicos-australianos-que-descobriram-a-bacteria-causadora-de-80-das-ulceras-gastricas-e-90-das-de-duodeno-recebem-premio-nobel-de-medicina.htm>. Acesso em: 23 abr. 2024.

Complementos

1 Bactéria: Organismo unicelular, capaz de auto-reproduzir-se. Existem diferentes tipos de bactérias, classificadas segundo suas características de crescimento (aeróbicas ou anaeróbicas, etc.), sua capacidade de absorver corantes especiais (Gram positivas, Gram negativas), segundo sua forma (bacilos, cocos, espiroquetas, etc.). Algumas produzem infecções no ser humano, que podem ser bastante graves.
2 Úlceras: Feridas superficiais em tecido cutâneo ou mucoso que podem ocorrer em diversas partes do organismo. Uma afta é, por exemplo, uma úlcera na boca. A úlcera péptica ocorre no estômago ou no duodeno (mais freqüente). Pessoas que sofrem de estresse são mais susceptíveis a úlcera.
3 Sistema digestivo: O sistema digestivo ou digestório realiza a digestão, processo que transforma os alimentos em substâncias passíveis de serem absorvidas pelo organismo. Os materiais não absorvidos são eliminados por este sistema. Ele é composto pelo tubo digestivo e por glândulas anexas.
4 Estômago: Órgão da digestão, localizado no quadrante superior esquerdo do abdome, entre o final do ESÔFAGO e o início do DUODENO.
5 Mucosa: Tipo de membrana, umidificada por secreções glandulares, que recobre cavidades orgânicas em contato direto ou indireto com o meio exterior.
6 Gastrite: Inflamação aguda ou crônica da mucosa do estômago. Manifesta-se por dor na região superior do abdome, acidez, ardor, náuseas, vômitos, etc. Pode ser produzida por infecções, consumo de medicamentos (aspirina), estresse, etc.
7 Úlcera: Ferida superficial em tecido cutâneo ou mucoso que pode ocorrer em diversas partes do organismo. Uma afta é, por exemplo, uma úlcera na boca. A úlcera péptica ocorre no estômago ou no duodeno (mais freqüente). Pessoas que sofrem de estresse são mais susceptíveis a úlcera.
8 Hemorragias: Saída de sangue dos vasos sanguíneos ou do coração para o exterior, para o interstício ou para cavidades pré-formadas do organismo.
9 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
10 Duodeno: Parte inicial do intestino delgado que se estende do piloro até o jejuno.
11 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
Gostou do artigo? Compartilhe!