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Pediatrics: prematuridade pode aumentar risco de tromboembolismo venoso na idade adulta

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O nascimento prematuro tem sido associado ao aumento do risco de tromboembolismo1 venoso (TEV) na infância, mas o risco de longo prazo é desconhecido. O objetivo do trabalho, publicado pelo periódico Pediatrics, por pesquisadores suecos, foi examinar esta associação desde o nascimento até a idade adulta jovem.

Estudo de coorte2 nacional acompanhou, até 2010 (idades 0 a 38 anos), 3.571.574 indivíduos nascidos vivos na Suécia de 1973 a 2008, incluindo 206.844 prematuros (idade gestacional < 37 semanas). O principal resultado avaliado foi o tromboembolismo1 venoso (TEV).

Um total de 7.519 (0,2%) indivíduos foi diagnosticado com TEV em 70,8 milhões de pessoas-ano de acompanhamento. A baixa idade gestacional ao nascimento foi associada ao TEV na infância (idade <1 ano: taxa de risco ajustada de 47,16 [IC 95% 21,30-104,42] para 22 a 27 semanas; 5,54 [2,53-12,12] para 28 a 33 semanas; 3,54 [2,07-6,06] para 34 a 36 semanas; 1,00 para 37 a 41 semanas [referência]), na primeira infância (idades 1 a 5 anos) e início da vida adulta (idades entre 18 e 38 anos: taxa de risco ajustada 2,76 [1,43-5,31] para 22 a 27 semanas; 1,53 [1,24-1,89] para 28 a 33 semanas; 1,24 [1,10-1,40] para 34 a 36 semanas e 1,00 para 37 a 41 semanas [referência]), mas não no final da infância (idades entre 6 e 12 anos). Gestações de prematuridade acentuada (<34 semanas), mas não nascimentos prematuros tardios (34-36 semanas), também foram associadas ao TEV na adolescência (idades entre 13 e 17 anos). Depois de outros ajustes para comorbidades3, estas associações foram atenuadas, mas a maioria permaneceu significativamente elevada.

Concluiu-se que neste grande grupo estudado, o nascimento prematuro foi associado ao aumento do risco de tromboembolismo1 venoso na infância e na idade adulta jovem. E que este risco está diretamente relacionado ao grau de prematuridade, ou seja, quanto mais prematuro, maior o risco de tromboembolismo1 venoso. No entanto, o estudo não mostrou a relação de causa e efeito desta associação.

Fonte: Pediatrics, publicação online de 28 de julho de 2014 

NEWS.MED.BR, 2014. Pediatrics: prematuridade pode aumentar risco de tromboembolismo venoso na idade adulta. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/557132/pediatrics-prematuridade-pode-aumentar-risco-de-tromboembolismo-venoso-na-idade-adulta.htm>. Acesso em: 19 abr. 2024.

Complementos

1 Tromboembolismo: Doença produzida pela impactação de um fragmento de um trombo. É produzida quando este se desprende de seu lugar de origem, e é levado pela corrente sangüínea até produzir a oclusão de uma artéria distante do local de origem do trombo. Esta oclusão pode ter diversas conseqüências, desde leves até fatais, dependendo do tamanho do vaso ocluído e do tipo de circulação do órgão onde se deu a oclusão.
2 Estudo de coorte: Um estudo de coorte é realizado para verificar se indivíduos expostos a um determinado fator apresentam, em relação aos indivíduos não expostos, uma maior propensão a desenvolver uma determinada doença. Um estudo de coorte é constituído, em seu início, de um grupo de indivíduos, denominada coorte, em que todos estão livres da doença sob investigação. Os indivíduos dessa coorte são classificados em expostos e não-expostos ao fator de interesse, obtendo-se assim dois grupos (ou duas coortes de comparação). Essas coortes serão observadas por um período de tempo, verificando-se quais indivíduos desenvolvem a doença em questão. Os indivíduos expostos e não-expostos devem ser comparáveis, ou seja, semelhantes quanto aos demais fatores, que não o de interesse, para que as conclusões obtidas sejam confiáveis.
3 Comorbidades: Coexistência de transtornos ou doenças.
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