Tosse crônica depois de doença respiratória aguda em crianças pode revelar alguma condição respiratória subjacente
Um estudo com publicação online pelo periódico Archives of Disease in Childhood mostrou que a prevalência1 de tosse crônica após doença respiratória aguda pode, na verdade, revelar alguma condição respiratória subjacente que merece ser diagnosticada.
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Os dados sobre a etiologia2 da tosse persistente, no estágio de transição de tosse subaguda3 para crônica (> 4 semanas de duração), são escassos. Por isso, pesquisadores australianos da University of Queensland quiseram (1) identificar a prevalência1 de tosse crônica após doença respiratória aguda (IRA) em crianças e (2) determinar os resultados diagnósticos de crianças com tosse crônica.
O estudo prospectivo4 de coorte5, realizado em um serviço de urgências pediátricas, em Brisbane, na Austrália, contou com dados de crianças menores de 15 anos apresentando IRA com tosse. As crianças foram seguidas semanalmente por 28 dias e aquelas com tosse persistente no 28º dia foram reexaminadas por um pneumologista pediátrico.
Cerca de 2.500 crianças foram selecionadas para a pesquisa e 776 (30%) não foram elegíveis; 839 crianças (idade média = 2,3 anos; 60% do sexo masculino) foram matriculadas ao longo de 2 anos. A maioria das crianças (n=627; 74,8%) teve duração de tosse inferior a 7 dias na matrícula. No dia 28, 171 de 839 crianças (20,4%, IC 95% 17,7 a 23,1) tiveram tosse persistente, independentemente da duração da tosse na matrícula. A tosse foi produtiva em 59 dessas 171 crianças (34,5%), seca em 45 das 171 (26,4%) e variável em 28 das 171 (16,1%).
Destas, 117 crianças (68,4%) foram reexaminadas por um pneumologista pediátrico. Uma nova doença pulmonar crônica e séria foi diagnosticada em 36 das 117 crianças (30,8%); 55 das 117 (47,0%) foram diagnosticadas com bronquite bacteriana prolongada.
Concluiu-se que quando a tosse crônica se desenvolve após IRA, a avaliação clínica é necessária, particularmente se os pais relatam história de tosse prolongada ou recorrente. Os pais que levam crianças com IRA e tosse em atendimentos de emergência6 devem ser aconselhados sobre o desenvolvimento de tosse crônica após a infecção7 aguda, uma vez que uma condição respiratória subjacente não é incomum.
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Fonte: Archives of Disease in Childhood, publicação online, em 16 de agosto de 2017