Inibidores seletivos da recaptação da serotonina podem aumentar o risco de fraturas em mulheres na perimenopausa, sem transtornos mentais
Pesquisadores da Harvard T.H. Chan School of Public Health, em Boston, Massachusetts e colaboradores fizeram um estudo inédito para avaliar se o risco de fratura1 fica aumentado entre mulheres sem transtornos mentais, na perimenopausa, que iniciam o uso de inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRSs). Os ISRSs foram recentemente aprovados pela Food and Drug Administration (FDA), dos EUA, para o tratamento de sintomas2 vasomotores associados à menopausa3.
Pacientes do sexo feminino, sem doença mental, com idades entre 40 e 64 anos, que iniciaram o uso de ISRSs, foram comparadas a um grupo que iniciou o uso de antagonistas H2 (H2As) ou inibidores da bomba de prótons (IBP), entre 1998 a 2010, utilizando dados de um banco de dados. Após análises estatísticas, o risco relativo de fraturas entre as novas usuárias de ISRSs foi comparado ao daquelas que usavam H2As/IBP. Análises primárias permitiram um período de latência4 de seis meses (isto é, começaram a analisar a exposição após seis meses do início do uso) para levar em conta a hipótese de um atraso no aparecimento de qualquer efeito clinicamente significativo dos ISRSs na densidade mineral óssea.
Os resultados mostraram taxas de fraturas maiores entre as 137.031 pacientes que iniciaram o uso de ISRS em comparação com as 236.294 pacientes que iniciaram H2As/IBPs.
Pelas conclusões deste estudo, os ISRSs parecem aumentar o risco de fraturas entre mulheres de meia-idade, sem transtornos psiquiátricos; um efeito sustentado ao longo do tempo, sugerindo que a menor duração do tratamento pode diminuir o risco de fraturas. No entanto, esforços futuros devem examinar se esta associação refere-se também ao uso de doses mais baixas desses medicamentos.
Fonte: Injury Prevention, publicação online, de 25 de junho de 2015