Neurology: quanto maior a duração do sono e as sonecas no meio-dia, maior é o risco de acidente vascular cerebral?
A coorte1 Dongfeng-Tongji teve o objetivo de investigar as associações entre duração do sono, cochilos no meio do dia, qualidade do sono e alteração na duração do sono com o risco de acidente vascular cerebral2 e subtipos de acidentes vasculares3 cerebrais.
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Entre 31.750 participantes com idade média de 61,7 anos no início da coorte1 Dongfeng-Tongji, foram usados modelos de regressão de Cox para estimar taxas de risco (HRs) e intervalos de confiança de 95% (IC) para acidente vascular cerebral2 incidente4.
Comparados com o sono de 7 a <8 horas/noite, aqueles que relataram maior duração do sono (≥9 horas/noite) apresentaram maior risco de acidente vascular cerebral2 total (taxa de risco [HR] 1,23; intervalo de confiança de 95% [IC] 1,07-1,41), enquanto um sono mais curto (<6 horas/noite) não teve efeito significativo no risco de AVC.
A HR (IC 95%) do AVC total foi de 1,25 (1,03-1,53) para cochilos no meio-dia >90 minutos vs de 1 a 30 minutos. Os resultados foram semelhantes para acidente vascular cerebral2 isquêmico5. Comparados à boa qualidade do sono, aqueles com baixa qualidade do sono apresentaram risco 29%, 28% e 56% maior de derrame6 total, isquêmico5 e hemorrágico7, respectivamente.
Além disso, foram observados efeitos articulares significativos do sono ≥9 horas/noite e cochilo no meio do dia >90 minutos (HR 1,85; IC 95% 1,28–2,66) e sono ≥9 horas/noite e má qualidade do sono (HR 1,82; IC 95% 1,33-2,48) sobre risco de acidente vascular cerebral2 total. Ainda, em comparação com o sono persistente de 7 a 9 horas/noite, aqueles que dormiram persistentemente ≥9 horas/noite ou mudaram de 7 a 9 horas para ≥9 horas/noite, apresentaram maior risco de AVC total.
Concluiu-se que a longa duração do sono, o cochilo no meio do dia e a má qualidade do sono foram associados de forma independente e conjunta a maiores riscos de acidente vascular cerebral2 incidente4. A persistência da duração do sono prolongado ou a mudança da média de duração do sono aumentaram o risco de acidente vascular cerebral2.
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Fonte: Neurology, em 11 de dezembro de 2019.