Gostou do artigo? Compartilhe!

Eficácia dos inibidores da neuraminidase na redução da mortalidade em pacientes internados com infecção pelo vírus influenza A H1N1pdm09: meta-análise publicada pelo The Lancet

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie esta notícia

Inibidores da neuraminidase foram amplamente utilizados durante a pandemia1 de influenza2 A H1N1, mas as evidências para a sua eficácia na redução da mortalidade3 são incertas. Foi realizada uma meta-análise para investigar a associação entre o uso de inibidores da neuraminidase e a mortalidade3 em pacientes internados em hospital com infecção4 pelo vírus5 da gripe6 A H1N1pdm09.

Foram reunidos dados de pacientes (de todas as idades) internados em hospitais do mundo, com confirmação laboratorial ou com infecção4 pelo vírus5 da gripe6 pandêmica A H1N1pdm09 clinicamente diagnosticada. Identificaram-se contribuidores de dados potenciais para uma revisão sistemática de estudos relatados anteriormente e que abordavam o mesmo tópico7 de pesquisa. Nesta revisão sistemática, os estudos elegíveis foram realizados entre 1° de Março de 2009 (México), ou 1° de Abril de 2009 (resto do mundo), até a declaração do final da pandemia1 pela Organização Mundial de Saúde8 (10 de agosto de 2010); no entanto, os pesquisadores continuaram a receber dados até 14 de março de 2011, a partir de estudos em andamento. Foi realizada uma meta-análise de dados de participantes individuais para avaliar a associação entre o tratamento com inibidores da neuraminidase e a mortalidade3 (desfecho primário), fazendo os ajustes estatísticos necessários.

Foram incluídos dados de 29.234 pacientes de 78 estudos de pacientes admitidos em hospital entre 02 de janeiro de 2009 e 14 de março de 2011. Em comparação com nenhum tratamento, o tratamento com inibidor da neuraminidase (independentemente do tempo) foi associado à redução no risco de morte. Comparado ao tratamento mais tardio, o tratamento precoce (dentro de dois dias do início dos sintomas9) foi associado a uma redução no risco de mortalidade3 (p<0,0001). O tratamento precoce versus nenhum tratamento também foi associado a uma redução na mortalidade3 (p<0,0001). Estas associações com o risco reduzido de mortalidade3 foram menos pronunciadas e não significativas em crianças. Houve um aumento na taxa de risco de mortalidade3 com cada dia de atraso no início do tratamento, até o quinto dia, em comparação com o tratamento iniciado dentro de dois dias do início dos sintomas9.

Os pesquisadores defendem a instituição do tratamento precoce com inibidor da neuraminidase para adultos internados em hospital com suspeita ou confirmação de infecção4 por influenza2.

Fonte: The Lancet Respiratory Medicine, publicação online de 19 de março de 2014 

NEWS.MED.BR, 2014. Eficácia dos inibidores da neuraminidase na redução da mortalidade em pacientes internados com infecção pelo vírus influenza A H1N1pdm09: meta-análise publicada pelo The Lancet. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/530094/eficacia-dos-inibidores-da-neuraminidase-na-reducao-da-mortalidade-em-pacientes-internados-com-infeccao-pelo-virus-influenza-a-h1n1pdm09-meta-analise-publicada-pelo-the-lancet.htm>. Acesso em: 18 abr. 2024.

Complementos

1 Pandemia: É uma epidemia de doença infecciosa que se espalha por um ou mais continentes ou por todo o mundo, causando inúmeras mortes. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a pandemia pode se iniciar com o aparecimento de uma nova doença na população, quando o agente infecta os humanos, causando doença séria ou quando o agente dissemina facilmente e sustentavelmente entre humanos. Epidemia global.
2 Influenza: Doença infecciosa, aguda, de origem viral que acomete o trato respiratório, ocorrendo em epidemias ou pandemias e frequentemente se complicando pela associação com outras infecções bacterianas.
3 Mortalidade: A taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um dado demográfico do número de óbitos, geralmente para cada mil habitantes em uma dada região, em um determinado período de tempo.
4 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
5 Vírus: Pequeno microorganismo capaz de infectar uma célula de um organismo superior e replicar-se utilizando os elementos celulares do hospedeiro. São capazes de causar múltiplas doenças, desde um resfriado comum até a AIDS.
6 Gripe: Doença viral adquirida através do contágio interpessoal que se caracteriza por faringite, febre, dores musculares generalizadas, náuseas, etc. Sua duração é de aproximadamente cinco a sete dias e tem uma maior incidência nos meses frios. Em geral desaparece naturalmente sem tratamento, apenas com medidas de controle geral (repouso relativo, ingestão de líquidos, etc.). Os antibióticos não funcionam na gripe e não devem ser utilizados de rotina.
7 Tópico: Referente a uma área delimitada. De ação limitada à mesma. Diz-se dos medicamentos de uso local, como pomadas, loções, pós, soluções, etc.
8 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
9 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
Gostou do artigo? Compartilhe!