Gostou do artigo? Compartilhe!

O maior tamanho dos órgãos causado pela obesidade é um mecanismo para aumentar o risco de câncer

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie esta notícia

A obesidade1 é um dos maiores fatores de risco para câncer2, vindo depois apenas do tabagismo, mas por que a obesidade1 aumenta o risco de certos tipos de câncer2, como os do rim3, ainda não está claro. Uma nova pesquisa sugere uma explicação simples: pessoas obesas têm órgãos maiores e, portanto, mais células4.

Os cânceres são causados por mutações que afetam o crescimento celular; portanto, em teoria, quanto mais células4 em um determinado órgão, maior o risco de algumas dessas células4 se tornarem cancerosas. As tomografias computadorizadas de órgãos em 750 pessoas revelam que aquelas com IMC5 de cerca de 50 têm órgãos entre 50 e 100% maiores do que pessoas com IMC5 saudável. As diferenças de tamanho devem-se principalmente ao maior número de células4 normais, e os aumentos em cada órgão correspondem ao aumento relatado no risco de câncer2.

“Embora a obesidade1 seja uma doença complexa que pode afetar o risco de câncer2 de várias outras maneiras, o aumento do tamanho de um órgão e do número de suas células4 deve aumentar o risco de câncer2 nesse órgão”, afirma a equipe, que é liderada por Cristian Tomasetti na Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins.

O estudo conduzido pela equipe, e pré-publicado no servidor bioRxiv, mostrou que pessoas obesas (IMC5 ≥30) têm rins6, fígado7 e pâncreas8 em média 55% (IC 95%: 46% - 66%), 68% (IC 95%: 59% - 76%) e 39% (IC 95%: 29% - 49%) maiores, respectivamente. Também foi encontrada uma relação linear significativa entre o aumento no volume do órgão e o aumento no risco de câncer2 (P-valor <10-12).

Esses resultados fornecem um mecanismo que explica por que indivíduos obesos têm maior risco de câncer2 em vários órgãos: quanto maior o volume do órgão, maior o risco de células4 se tornarem cancerosas. Esses achados são importantes para um melhor entendimento dos efeitos da obesidade1 sobre o risco de câncer2 e, de forma mais geral, para o desenvolvimento de melhores estratégias preventivas para limitar a mortalidade9 por obesidade1.

Leia sobre "Obesidade1", "Câncer2 - informações importantes" e "Tratando a obesidade1".

 

Fontes:
bioRxiv, publicação em 29 de julho de 2020.
New Scientist, notícia publicada em 07 de agosto de 2020.

 

NEWS.MED.BR, 2020. O maior tamanho dos órgãos causado pela obesidade é um mecanismo para aumentar o risco de câncer. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/saude/1375728/o-maior-tamanho-dos-orgaos-causado-pela-obesidade-e-um-mecanismo-para-aumentar-o-risco-de-cancer.htm>. Acesso em: 20 abr. 2024.

Complementos

1 Obesidade: Condição em que há acúmulo de gorduras no organismo além do normal, mais severo que o sobrepeso. O índice de massa corporal é igual ou maior que 30.
2 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
3 Rim: Os rins são órgãos em forma de feijão que filtram o sangue e formam a urina. Os rins são localizados na região posterior do abdômen, um de cada lado da coluna vertebral.
4 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
5 IMC: Medida usada para avaliar se uma pessoa está abaixo do peso, com peso normal, com sobrepeso ou obesa. É a medida mais usada na prática para saber se você é considerado obeso ou não. Também conhecido como IMC. É calculado dividindo-se o peso corporal em quilogramas pelo quadrado da altura em metros. Existe uma tabela da Organização Mundial de Saúde que classifica as medidas de acordo com o resultado encontrado.
6 Rins: Órgãos em forma de feijão que filtram o sangue e formam a urina. Os rins são localizados na região posterior do abdômen, um de cada lado da coluna vertebral.
7 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.
8 Pâncreas: Órgão nodular (no ABDOME) que abriga GLÂNDULAS ENDÓCRINAS e GLÂNDULAS EXÓCRINAS. A pequena porção endócrina é composta pelas ILHOTAS DE LANGERHANS, que secretam vários hormônios na corrente sangüínea. A grande porção exócrina (PÂNCREAS EXÓCRINO) é uma glândula acinar composta, que secreta várias enzimas digestivas no sistema de ductos pancreáticos (que desemboca no DUODENO).
9 Mortalidade: A taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um dado demográfico do número de óbitos, geralmente para cada mil habitantes em uma dada região, em um determinado período de tempo.
Gostou do artigo? Compartilhe!