Gripe aviária: países desejam combater o pânico que poderá ser ocasionado pela falta de informação da população
Recentemente, países participantes de uma conferência que tratou da ameaça de alastramento mundial para humanos do vírus1 da gripe2 aviária decidiram implementar uma série de ações para evitar o pânico e a perturbação social causadas pela falta de informação.
Entre os preparativos, devem ser prioridade os planos nacionais de comunicação, o estabelecimento de procedimentos para troca de informações antes e durante uma possível pandemia3, pesquisas sobre a necessidade de abordagens específicas e a criação de uma parceria com a mídia para a divulgação de dados sobre a influenza4.
Atualmente, os países lidam com a infecção5 de aves pelo vírus1 H5N1 e 120 casos de pessoas atingidas por ele. O vírus1 tem se mostrado pouco adaptado para invadir o corpo humano6. Mas, precavendo-se de possíveis mutações, a comunidade internacional vem discutindo ações para evitar o que se denomina pandemia3 de gripe2 ou influenza4, quando, em larga escala, a população poderia ser afetada.
Influenza4, ou gripe2, é uma infecção5 viral aguda do sistema respiratório7, causada pelo vírus1 influenza4, de distribuição global e elevada transmissibilidade. A influenza4 e suas complicações (principalmente as pneumonias) são responsáveis por um volume significativo de internações hospitalares no país. Clinicamente, a doença inicia-se com a instalação abrupta de febre8 alta, em geral acima de 38º, seguida de mialgia9, dor de garganta10, prostração11, dor de cabeça12 e tosse seca. A febre8 é o sintoma13 mais importante e dura em torno de três dias. Com a sua progressão, os sintomas14 respiratórios tornam-se mais evidentes e mantém-se em geral por três a quatro dias após o desaparecimento da febre8.
Os vírus1 influenza4 são compostos de RNA de hélice única, da família dos Ortomixovírus e subdividem-se em três tipos: A, B e C, de acordo com sua diversidade antigênica. Os vírus1 podem sofrer mutações (transformações em sua estrutura). Os tipos A e B causam maior morbidade15 (doença) e mortalidade16 (mortes) que o tipo C. Geralmente as epidemias e pandemias estão associadas ao vírus1 influenza4 A. As principais características do processo de transmissão da influenza4 são: alta transmissibilidade, principalmente em relação à influenza4 A; maior gravidade entre os idosos, as crianças, os imunodeprimidos, os cardiopatas e os pneumopatas; rápida variação antigênica do vírus1 influenza4 A, o que favorece a rápida reposição do estoque de susceptíveis na população; apresenta-se como zoonose17 entre aves selvagens e domésticas, suínos, focas e eqüinos que, desse modo, também constituem-se em reservatórios dos vírus1. Outras informações podem ser encontradas no Guia de Vigilância Epidemiológica da Influenza4/Ministério da Saúde18.
É importante destacar que os sintomas14 da Gripe2 muitas vezes se assemelham aos do Resfriado. Este caracteriza-se pela presença de sintomas14 relacionados ao comprometimento das vias aéreas superiores, como congestão nasal, rinorréia19, tosse, rouquidão, febre8 variável, mialgia9, cefaléia20. O quadro geralmente é brando, de evolução benigna (2 a 4 dias), mas podem ocorrer complicações como otites21, sinusites e bronquites, e quadros graves , de acordo com o agente etiológico22 em questão. Tem como principal agente causal os Rhinovírus (mais de 100 sorotipos), embora também seja comumente causado pelo vírus1 Parainfluenza, Coronavírus, Vírus1 Sincicial Respiratório, Adenovírus, Enterovírus23.
Há ainda outros agentes infecciosos, que podem causar sintomas14 respiratórios que simulam o quadro de resfriado, como Clamydia pneumoniae e Mycoplasma pneumoniae, Streptococcus sp. E agravos não infecciosos: uma série de condições apresentam os principais sintomas14 de resfriado (tosse, congestão nasal, rinorréia19, rouquidão e dor de garganta10), a saber: a rinite24 alérgica (mais comum); a polipose nasal, a rinite24 atrófica25, as alterações do septo nasal26 e a presença de corpo estranho em cavidade nasal27.
Plano contra gripe2 aviária prevê a compra de 9 milhões de doses de medicamento
As primeiras medidas do plano para conter a epidemia da influenza4 (gripe2) serão a compra de 9 milhões de doses do medicamentos Tamiflu, do Laboratório Roche, e o estudo da produção da vacina28 contra o vírus1 da gripe2 aviária (ou gripe2 do frango), H5N1, no Brasil.
Segundo o ministro da Saúde18, Saraiva Felipe, o Brasil se prepara nas áreas de saúde18 pública e de segurança avícola. "É preciso uma ação conjunta com o Ministério da Agricultura porque, apesar de o Brasil, não importar carne de frango, o vírus1 pode chegar ao país por meio de aves migratórias".
O ministro ressaltou ainda que autoridades sanitárias de todo o mundo se preocupam com a possibilidade de o vírus1 sofrer uma mudança no código genético e passar a ser transmitido de ser humano para ser humano, o que ainda não ocorre.
De 2003 até agora, 117 pessoas morreram por causa do vírus1 da gripe2 aviária, após terem tido contato com aves contaminadas em granjas.
Confira informações sobre a gripe2 divulgadas especificamente para profissionais
Agente Etiológico22
O vírus1 da Influenza4 é da família dos Ortomixovírus e é composto de uma estrutura de RNA de hélice única. Subdivide-se em três tipos: " A" , "B" e "C", segundo sua diversidade antigênica. São altamente contagiosos e mutáveis, sendo o do tipo "A", o mais suscetível à mutabilidade. Os vírus1 do tipo A e B causam maior morbidade15 e mortalidade16 que o tipo "C", e são os de maior destaque para a saúde18 pública.
Reservatório
Os três tipos de vírus1 acometem humanos. O tipo "C" também infecta suínos e o do tipo "A", além de humanos e suínos, aparece em cavalos, mamíferos marinhos e em aves.
Modo de Transmissão
A transmissão ocorre pelas vias respiratórias, quando indivíduos infectados emitem pequenas gotas de aerossol ao espirrar, falar ou tossir. Pode também ocorrer transmissão direta a partir de aves e suínos.
Período de Incubação29
1 a 4 dias.
Período de Transmissibilidade
Até dois dias antes e até cinco dias após o aparecimento dos sintomas14.
Diagnóstico30 Diferencial
O diagnóstico30 diferencial da influenza4 inclui uma grande variedade de infecções31 respiratórias agudas de causas virais. Algumas se destacam, como a provocada pelo Vírus1 Sincicial Respiratório e pelo Adenovírus. O quadro sintomático32 na influenza4 é mais intenso que em outras infecções31, porém, em muitos casos, o diagnóstico30 diferencial apenas clínico torna-se difícil.
Diagnóstico30 Laboratorial
A coleta, transporte, processamento e armazenamento são fundamentais no diagnóstico30 da infecção5 viral. Duas técnicas são utilizadas para o diagnóstico30 da influenza4: a reação de imunofluorescência indireta e cultura para isolamento viral. No caso do vírus1 do tipo "A", é essencial que seja feito uma tipagem completa para que ele seja introduzido na composição anual da vacina28 do hemisfério sul.
A imunofluorescência indireta é realizada em laboratórios estaduais que utilizam um painel que indica a presença da influenza4 e de outros dois vírus1 respiratórios (vírus1 sincicial respiratório e adenovírus). A cultura é realizada somente para os casos de infecção5 do vírus1 Influenza4, em um dos três laboratórios de referência nacional (Instituto Evandro Chagas/ FUNASA, Fiocruz/MS e Instituto Adolfo Lutz/SP), que também fazem a caracterização antigênica inicial, completada nos laboratórios de referência internacional da Organização Mundial de Saúde18. As amostras clínicas devem ser coletadas até três dias do início dos sintomas14 para um melhor êxito no diagnóstico30.
Tratamento
No estágio agudo33 da doença, repouso e uma boa hidratação são as principais recomendações. Os medicamentos antipiréticos34 podem ser utilizados, com especial atenção ao Ácido Acetil Salicílico, que não é aconselhável para crianças. Medidas de suporte intensivo serão necessárias em caso de complicações severas nos pulmões35, a fim de evitar possíveis casos de pneumonia36.
Vigilância Epidemiológica
Uma rede de unidades sentinelas, localizadas nas cinco macro-regiões brasileiras, é responsável pela vigilância de casos de infecção5 pelo vírus1 Influenza4. Semanalmente, são coletadas amostras clínicas para efetuar exames laboratoriais e informados os atendimentos de Síndrome37 Gripal.
Os casos são separados em três categorias. Casos suspeitos são de pessoas em estágio agudo33 da doença, com duração máxima de cinco dias com febre8 e pelo menos um sintoma13 respiratório, com ou sem outros sintomas14. Confirmados são os identificados por exames laboratoriais. E descartados são os que têm resultado de exame negativo, em amostra colhida e transportada de forma correta ou se identificado laboratorialmente outro agente causador.
Notificação
A notificação da doença não é compulsória. Os dados das unidades sentinelas são informados por meio do Sistema de Informação da Vigilância da Influenza4 (SIVEP - Gripe2) pela web. No entanto, as suspeitas de surtos deverão ser informadas à Secretaria Estadual de Saúde18 e à Secretaria de Vigilância em Saúde18 do Ministério da Saúde18.
Fonte: Ministério da Saúde18
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