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Associações de atividade física no tempo de lazer e visualização de televisão com expectativa de vida livre de doenças cardiovasculares não fatais: o estudo ARIC

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Altos níveis de atividade física têm sido associados a maior expectativa de vida1 livre de doenças cardiovasculares2 (DCV), mas tipos específicos de DCV e comportamento sedentário não foram examinados.

Neste estudo, publicado no Journal of the American Heart Association, pesquisadores examinaram associações de atividade física moderada a vigorosa no tempo livre (AFTL) e visualização de televisão com expectativa de vida1 livre de três tipos de DCV.

Foram incluídos 13.534 participantes da coorte3 ARIC (Risco de Aterosclerose4 nas Comunidades). Foram utilizados modelos de sobrevivência5 multiestado para estimar associações de AFTL no ano passado (sem AFTL, menor que a média, igual ou maior que a média) e visualização de televisão (com frequência ou com muita frequência, às vezes, não frequentemente ou raramente) com expectativa de vida1 em 50 anos livre de doença coronariana6 não fatal (DCC), acidente vascular cerebral7 e insuficiência cardíaca8 (IC).

Ao longo de 27 anos de acompanhamento, 4.519 participantes desenvolveram uma das três DCV não fatais e 5.475 mortes ocorreram. Comparados aos participantes que não praticaram AFTL, os participantes que praticaram AFTL igual ou superior à média apresentaram maior expectativa de vida1 livre de doença coronariana6 não fatal (homens: 1,5 anos [IC 95%, 1,0–2,0]; mulheres: 1,6 anos [IC 95 %, 1,1–2,2]), acidente vascular cerebral7 (homens: 1,8 anos [IC 95%, 1,2–2,3]; mulheres: 1,8 anos [IC 95%, 1,3–2,3]) e insuficiência cardíaca8 (homens: 1,6 anos [IC 95%, 1,1-2,1]; mulheres: 1,7 anos [IC 95%, 1,2-2,2]).

Comparado à maior visualização de televisão, assistir menos televisão foi associado a uma expectativa de vida1 mais longa, livre de doença coronariana6, acidente vascular cerebral7 e insuficiência cardíaca8 (≈ 0,8 ano).

O estudo concluiu que níveis mais altos de atividade física moderada a vigorosa no tempo livre e menos televisão foram associados a maior expectativa de vida1 livre de doença coronariana6, acidente vascular cerebral7 e insuficiência cardíaca8.

O aumento da participação na atividade física moderada a vigorosa no lazer e a redução do tempo gasto assistindo televisão devem ser promovidos para aumentar o número de anos vividos livres dessas condições.

Saiba mais sobre "Atividade física", "Doenças cardiovasculares2", "Sedentarismo9" e "Musculação para idosos".

 

Fonte: JAHA, vol.8, nº 18, publicado em 09 de setembro de 2019.

 

NEWS.MED.BR, 2019. Associações de atividade física no tempo de lazer e visualização de televisão com expectativa de vida livre de doenças cardiovasculares não fatais: o estudo ARIC. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1346618/associacoes-de-atividade-fisica-no-tempo-de-lazer-e-visualizacao-de-televisao-com-expectativa-de-vida-livre-de-doencas-cardiovasculares-nao-fatais-o-estudo-aric.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.

Complementos

1 Expectativa de vida: A expectativa de vida ao nascer é o número de anos que se calcula que um recém-nascido pode viver caso as taxas de mortalidade registradas da população residente, no ano de seu nascimento, permaneçam as mesmas ao longo de sua vida.
2 Doenças cardiovasculares: Doença do coração e vasos sangüíneos (artérias, veias e capilares).
3 Coorte: Grupo de indivíduos que têm algo em comum ao serem reunidos e que são observados por um determinado período de tempo para que se possa avaliar o que ocorre com eles. É importante que todos os indivíduos sejam observados por todo o período de seguimento, já que informações de uma coorte incompleta podem distorcer o verdadeiro estado das coisas. Por outro lado, o período de tempo em que os indivíduos serão observados deve ser significativo na história natural da doença em questão, para que haja tempo suficiente do risco se manifestar.
4 Aterosclerose: Tipo de arteriosclerose caracterizado pela formação de placas de ateroma sobre a parede das artérias.
5 Sobrevivência: 1. Ato ou efeito de sobreviver, de continuar a viver ou a existir. 2. Característica, condição ou virtude daquele ou daquilo que subsiste a um outro. Condição ou qualidade de quem ainda vive após a morte de outra pessoa. 3. Sequência ininterrupta de algo; o que subsiste de (alguma coisa remota no tempo); continuidade, persistência, duração.
6 Doença coronariana: Doença do coração causada por estreitamento das artérias que fornecem sangue ao coração. Se o fluxo é cortado, o resultado é um ataque cardíaco.
7 Acidente vascular cerebral: Conhecido popularmente como derrame cerebral, o acidente vascular cerebral (AVC) ou encefálico é uma doença que consiste na interrupção súbita do suprimento de sangue com oxigênio e nutrientes para o cérebro, lesando células nervosas, o que pode resultar em graves conseqüências, como inabilidade para falar ou mover partes do corpo. Há dois tipos de derrame, o isquêmico e o hemorrágico.
8 Insuficiência Cardíaca: É uma condição na qual a quantidade de sangue bombeada pelo coração a cada minuto (débito cardíaco) é insuficiente para suprir as demandas normais de oxigênio e de nutrientes do organismo. Refere-se à diminuição da capacidade do coração suportar a carga de trabalho.
9 Sedentarismo: Qualidade de quem ou do que é sedentário, ou de quem tem vida e/ou hábitos sedentários. Sedentário é aquele que se exercita pouco, que não se movimenta muito.
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