Distúrbios do sono podem colaborar para o declínio cognitivo de idosos
Com o objetivo de investigar os distúrbios do sono que induzem alterações cognitivas, ao longo de 4 anos, em idosos sem demência1, foi realizado um estudo por psiquiatras e neuropsiquiatras sul-coreanos, publicado no Annals of Neurology.
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Os dados foram adquiridos de uma coorte2 prospectiva de idosos coreanos, com base populacional (2.238 com cognição3 normal [CN] e 655 com comprometimento cognitivo4 leve [CCL]). No início do estudo e em avaliações de acompanhamento de 4 anos, os parâmetros relacionados ao sono (horário da metade do sono, duração do sono, latência5 do sono, qualidade subjetiva do sono, eficiência do sono e disfunção diurna) e o estado cognitivo4 foram medidos usando o Pittsburgh Sleep Quality Index e o Consortium to Establish a Registry for Alzheimer6's Disease Assessment, respectivamente. Foram utilizados modelos de regressão logística ajustados para covariáveis, incluindo idade, sexo, escolaridade, genótipo7 de apolipoproteína E, as escalas Geriatric Depression Scale e Cumulative Illness Rating Scale e atividade física.
Em participantes com CN, a latência5 de sono longa (>30 minutos), a duração longa do sono (≥7,95 horas) e o horário tardio da metade do sono (após 3:00 da manhã) foram relacionados ao risco de declínio cognitivo4 no seguimento de 4 anos de avaliação; odds ratio (OR) foi de 1,40 para latência5 longa no sono; 1,67 para o sono longo e 0,61 para o horário tardio da metade do sono. Essas relações permaneceram significativas quando essas variáveis mantiveram seu status durante todo o período de acompanhamento. A latência5 de sono longa recentemente desenvolvida também duplicou o risco de declínio cognitivo4. Naqueles com CCL, no entanto, apenas a latência5 longa do sono reduziu a chance de reversão para CN (OR = 0,69).
Concluiu-se, nesta pesquisa, que como marcadores precoces do declínio cognitivo4, a latência5 de sono longa pode ser usada para idosos com CN ou com CCL, enquanto a duração longa do sono e a hora de dormir relativamente cedo podem ser usadas apenas para idosos com cognição3 normal.
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Fonte: Annals of Neurology, volume 83, número 3, de março de 2018