Estudo sugere que a densidade mamária mais elevada não é um fator de risco independente para o câncer de mama
Ao contrário do que dizem relatórios recentes, um novo estudo descobriu que a alta densidade da mama1 não é um forte fator de risco2 independente para o câncer3 de mama1.
Pesquisas anteriores mostraram uma associação entre a densidade da mama1 e o câncer3 de mama1. Além disso, os cânceres em tecido4 mamário denso são mais difíceis de ver em mamografias. Como resultado, algumas mulheres com mamas5 densas são aconselhadas a obter rastreio suplementar com ultrassonografia6 ou ressonância magnética7.
No estudo apresentado na reunião da RSNA, verificou-se que não houve diferença significativa na densidade da mama1 entre pacientes com câncer3 de mama1 e as do grupo controle no programa de triagem, disse Natasa Katavic, do Departamento de Radiologia do Health Center Osijek em Osijek, na Croácia.
Para o estudo, a Dra. Katavic e colegas analisaram dados de 52.962 exames mamográficos realizados em mulheres com idades entre 50 e 69 anos ao longo de cinco em cinco clínicas de mamografia8 diferentes. Mulheres na Croácia nesta faixa etária fazem mamografia8 a cada dois anos pelo Instituto de Saúde9 Pública do país.
Os pesquisadores queriam descobrir se as pacientes com câncer3 de mama1 tinham tecido4 mamário mais denso do que as mulheres saudáveis. Além disso, queriam determinar a porcentagem de mamas5 densas na população pós-menopausa10 e, consequentemente, determinar o valor do rastreio mamográfico para este grupo.
Dois radiologistas fizeram a leitura das mamografias de forma independente e determinaram a densidade das mamas5 de acordo com critérios padrão. Os pesquisadores compararam os dados entre pacientes no grupo de tecido4 mamário de baixa densidade e no grupo de alta densidade. A maioria das mulheres tinha baixa densidade da mama1. Dos 230 cânceres de mama1 detectados, quase metade eram do grupo classificado com a menor densidade da mama1, enquanto pouco menos de 3% vieram de mulheres na categoria de densidade mais elevada da mama1.
Quando os pesquisadores combinaram as mulheres que tiveram um câncer3 detectado com participantes da mesma idade e do mesmo local que não tiveram câncer3 (grupo controle), eles não encontraram nenhuma diferença significativa na densidade mamográfica. Mulheres com baixa densidade mamográfica compunham 83% das doentes no grupo do câncer3 de mama1, em comparação com 89% no grupo controle, enquanto a alta densidade mamográfica foi encontrada em 17% das pacientes com câncer3 de mama1 e 11% das mulheres no grupo controle.
O estudo não encontrou uma forte associação entre maiores densidades mamográficas e um maior risco de câncer3 de mama1 entre as mulheres na pós-menopausa10, sugerindo que a densidade mamária pode não ser forte fator de risco2 independente para o câncer3 de mama1. A coordenadora da pesquisa diz que na avaliação de risco, todos os fatores de risco devem ser considerados antes de decisões sobre a necessidade de exames adicionais. Os resultados também apoiam o uso da mamografia8 como método eficaz para a detecção precoce do câncer3 de mama1 não-palpável.
Fonte: Radiological Society of North America (RSNA), em 2 de dezembro de 2015