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Omeprazol e outros inibidores da bomba de prótons: quando parar de prescrever e como orientar a suspensão do medicamento?

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Uma diretriz de prática clínica baseada em evidências foi publicada pelo Canadian Family Physician e alerta sobre a importância de saber tomar decisões sobre quando e como reduzir a dose ou parar de prescrever/usar inibidores da bomba de prótons como, por exemplo, o omeprazol.

O objetivo do trabalho foi desenvolver uma diretriz baseada em evidências para ajudar os clínicos a tomar decisões sobre quando e como reduzir a dose ou encerrar de forma segura o uso dos inibidores da bomba de prótons (IPPs). Isto feito de forma a se concentrar no mais alto nível de evidência disponível e buscar a contribuição dos profissionais de atenção primária nos processos de desenvolvimento, revisão e endosso das diretrizes.

Cinco profissionais de saúde1 (um médico de família, três farmacêuticos e um gastroenterologista) e 5 membros não votantes integraram a equipe geral. Os membros divulgaram conflitos de interesse. O processo de orientação incluiu a abordagem GRADE (Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation), com uma revisão detalhada de evidências em reuniões pessoais, telefônicas e online.

De forma exclusiva, o processo de desenvolvimento das diretrizes incluiu uma revisão sistemática dos ensaios de prescrição de IPPs e o exame das revisões do dano do uso contínuo desses medicamentos. As sínteses narrativas das preferências dos pacientes e a literatura sobre implicações de recursos informaram sobre as recomendações. A equipe refinou o conteúdo da diretriz e a redação da recomendação através de consenso e sintetizou considerações clínicas para abordar questões comuns do clínico de linha de frente. O rascunho da orientação foi distribuído aos clínicos e depois às associações profissionais de saúde1 para revisões feitas em cada etapa. Um algoritmo de suporte à decisão foi desenvolvido em conjunto com a diretriz.

A diretriz recomenda a não prescrição de IPPs (redução de dose, interrupção ou uso de dosagem "on-demand") em adultos que completaram no mínimo 4 semanas de tratamento com IPP para azia2 ou doença do refluxo gastroesofágico3 leve a moderado ou esofagite4 e cujos sintomas5 são resolvidos. As recomendações não se aplicam àqueles que tiveram ou têm esôfago6 de Barrett, esofagite4 grave grau C ou D, ou história documentada de hemorragia7 por úlceras8 gastrointestinais.

Esta diretriz fornece recomendações práticas para a tomada de decisões sobre quando e como reduzir a dose ou parar com o uso de IPPs. As recomendações são destinadas a ajudar, não a ditar, a tomada decisões em conjunto com os pacientes.

Leia o artigo completo com as recomendações em "Deprescribing proton pump inhibitors".

 

Fonte: Canadian Family Physician, volume 63, número 5, de 1º de maio de 2017

 

NEWS.MED.BR, 2017. Omeprazol e outros inibidores da bomba de prótons: quando parar de prescrever e como orientar a suspensão do medicamento?. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1300543/omeprazol-e-outros-inibidores-da-bomba-de-protons-quando-parar-de-prescrever-e-como-orientar-a-suspensao-do-medicamento.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.

Complementos

1 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
2 Azia: Pirose. Sensação de dor epigástrica semelhante a uma queimadura, geralmente acompanhada de regurgitação de suco gástrico para dentro do esôfago.
3 Refluxo gastroesofágico: Presença de conteúdo ácido proveniente do estômago na luz esofágica. Como o dito órgão não está adaptado fisiologicamente para suportar a acidez do suco gástrico, pode ser produzida inflamação de sua mucosa (esofagite).
4 Esofagite: Inflamação da mucosa esofágica. Pode ser produzida pelo refluxo do conteúdo ácido estomacal (esofagite de refluxo), por ingestão acidental ou intencional de uma substância tóxica (esofagite cáustica), etc.
5 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
6 Esôfago: Segmento muscular membranoso (entre a FARINGE e o ESTÔMAGO), no TRATO GASTRINTESTINAL SUPERIOR.
7 Hemorragia: Saída de sangue dos vasos sanguíneos ou do coração para o exterior, para o interstício ou para cavidades pré-formadas do organismo.
8 Úlceras: Feridas superficiais em tecido cutâneo ou mucoso que podem ocorrer em diversas partes do organismo. Uma afta é, por exemplo, uma úlcera na boca. A úlcera péptica ocorre no estômago ou no duodeno (mais freqüente). Pessoas que sofrem de estresse são mais susceptíveis a úlcera.
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