Prevalência e fatores de risco da apneia obstrutiva do sono entre afro-americanos: estudo Jackson Heart Sleep Study, publicado no periódico Sleep
Dayna A. Johnson, pesquisadora da Division of Sleep and Circadian Disorders, Brigham and Women’s Hospital, em Boston, e da Division of Sleep Medicine, da Harvard Medical School, também em Boston, e colaboradores, estudaram a apneia obstrutiva do sono1 (AOS) em afro-americanos. O estudo Jackson Heart Sleep Study determinou a prevalência2 e as relações da AOS em geral e por sexo entre esta poupulação.
Os participantes (n=852) foram submetidos a um estudo sobre apneia3 do sono tipo 3, em casa, com actinometria de pulso de 7 dias e preencheram questionários padronizados. A AOS foi considerada como um índice de apneia-hipopneia4 (IAH) de ≥15, em que as hipopneias foram definidas como dessaturação associada a ≥ 4%. O diagnóstico5 médico de AOS foi autorreferido. Os modelos de regressão logística foram adequados para determinar as associações de dados demográficos, status socioeconômico, sintomas6 do sono, sono baseado em actigrafia7, índice de massa corporal8 (IMC9) e comorbidades10 da AOS.
A idade média dos participantes foi de 63,1 anos (desvio padrão=10,7), 66% eram do sexo feminino e o IMC9 médio foi de 32,0 (6,9) kg/m². Aproximadamente 24% tinham um IAH ≥ 15; desses, 5% tinham diagnóstico5 médico de AOS. A prevalência2 de AOS aumentou em todas as categorias de IMC9, mas não em grupos etários. Os homens tiveram uma prevalência2 12% maior de AOS em comparação às mulheres, p<0,01. Idade avançada, sexo masculino, maior IMC9, maior circunferência do pescoço11 e relato de ronco habitual foram independentemente associados com maior chance de AOS, todos com p<0,05. Associações entre sintomas6 do sono e AOS foram semelhantes para homens e mulheres. A sonolência e a circunferência da cintura não foram associadas à AOS.
Concluiu-se que houve uma alta prevalência2 de AOS objetivamente medida, mas não diagnosticada, nesta amostra de afro-americanos. Ronco, IMC9 mais alto e maior circunferência do pescoço11 foram importantes marcadores de AOS para homens e mulheres. Os resultados sugerem que ferramentas de triagem que incorporam apenas informações sobre sonolência e circunferência da cintura podem ser insuficientes nesta população.
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Fonte: Sleep, em 5 de setembro de 2018