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Consumo de álcool, mesmo moderado, é fator de risco para fibrilação atrial, publicado pelo Journal of the American College of Cardiology,

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Apesar do consumo elevado de álcool já ter sido associado ao aumento do risco de fibrilação atrial (FA), o papel de um consumo leve a moderado permanece obscuro.

Uma meta-análise prospectiva, publicada pelo Journal of the American College of Cardiology, procurou investigar a associação entre o consumo de álcool e o risco de fibrilação atrial (FA) em um estudo com homens e mulheres suecos, realizando uma meta-análise de estudos prospectivos, de dose-resposta, para resumir as evidências disponíveis.

Foram acompanhados 79.019 homens e mulheres que, no início, estavam livres de FA e completaram um questionário sobre o consumo de álcool e de outros fatores de risco para doenças crônicas.

Em mais de 859.420 pessoas-anos de acompanhamento (1998 a 2009), 7.245 casos incidentes1 de FA foram identificados no estudo de coorte2. A associação entre o consumo de álcool e a FA não diferiu por sexo (p=0,74 para a interação). Comparado aos bebedores atuais de menos de um drinque/semana (12 gramas de álcool/drinque), os riscos relativos (RR) multivariados de FA foram de 1,01 (intervalo de confiança de 95% [IC 95%]: 0,94-1,09) para 1 a 6 drinques/semana; 1,07 (IC 95%: 0,98-1,17) para 7 a 14 drinques/semana; 1,14 (IC 95%: 1,01-1,28) para 15 a 21 drinques/semana e 1,39 (IC 95%: 1,22-1,58) para mais de 21 drinques/semana. Os resultados foram semelhantes após a exclusão dos “binge drinkers3”. Em uma meta-análise de sete estudos prospectivos, incluindo 12.554 casos de FA, os RRs foram de 1,08 (IC 95%: 1,06-1,10) para um drinque/dia, 1,17 (IC 95%: 1,13-1,21) para dois drinques/dia; 1,26 (IC 95%: 1,19-1,33) para três drinques/dia; 1,36 (IC 95%: 1,27-1,46) para quatro drinques/dia e 1,47 (IC 95%: 1,34-1,61) para cinco drinques/dia, comparado aos abstêmios.

Estes resultados indicam que o consumo de álcool, mesmo em ingestões moderadas, é um fator de risco4 para fibrilação atrial.

Fonte: Journal of the American College of Cardiology, volume 64, número 3, de julho de 2014 

NEWS.MED.BR, 2014. Consumo de álcool, mesmo moderado, é fator de risco para fibrilação atrial, publicado pelo Journal of the American College of Cardiology,. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/559182/consumo-de-alcool-mesmo-moderado-e-fator-de-risco-para-fibrilacao-atrial-publicado-pelo-journal-of-the-american-college-of-cardiology.htm>. Acesso em: 29 mar. 2024.

Complementos

1 Incidentes: 1. Que incide, que sobrevém ou que tem caráter secundário; incidental. 2. Acontecimento imprevisível que modifica o desenrolar normal de uma ação. 3. Dificuldade passageira que não modifica o desenrolar de uma operação, de uma linha de conduta.
2 Estudo de coorte: Um estudo de coorte é realizado para verificar se indivíduos expostos a um determinado fator apresentam, em relação aos indivíduos não expostos, uma maior propensão a desenvolver uma determinada doença. Um estudo de coorte é constituído, em seu início, de um grupo de indivíduos, denominada coorte, em que todos estão livres da doença sob investigação. Os indivíduos dessa coorte são classificados em expostos e não-expostos ao fator de interesse, obtendo-se assim dois grupos (ou duas coortes de comparação). Essas coortes serão observadas por um período de tempo, verificando-se quais indivíduos desenvolvem a doença em questão. Os indivíduos expostos e não-expostos devem ser comparáveis, ou seja, semelhantes quanto aos demais fatores, que não o de interesse, para que as conclusões obtidas sejam confiáveis.
3 Binge drinkers: Indivíduo que faz o “binge drinking“. O National Institute of Alcohol Abuse and Alcoholism (NIAAA) define “binge drinking“ como o padrão de beber bebidas alcoólicas que provoca uma concentração alcoólica sanguínea igual ou acima de 0,8 g/L. Isso significa, em um adulto típico, um consumo de 70 gramas de etanol ou mais para homens ou de 56 gramas ou mais para mulheres em um período de duas horas.
4 Fator de risco: Qualquer coisa que aumente a chance de uma pessoa desenvolver uma doença.
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