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Exercício aeróbico é melhor do que exercícios de resistência para reduzir gordura no fígado e gordura visceral

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O exercício aeróbico é melhor do que exercícios de resistência na redução do teor lipídico intrahepático e da gordura1 visceral e melhora a sensibilidade à insulina2 em adolescentes obesas. Esses dados são de um estudo, controlado e randomizado3, publicado pelo periódico American Journal of Physiology - Endocrinology and Metabolism.

O pesquisador So Jung Lee e colaboradores examinaram os efeitos do exercício aeróbico (EA) versus exercícios de resistência (ER) sobre o tecido adiposo4 visceral (TAV), lípides intrahepáticos e sensibilidade à insulina2 em meninas obesas.

Quarenta e quatro adolescentes obesas (IMC5 ≥ ao percentil 95 para idades entre 12 e 18 anos) com obesidade6 abdominal (circunferência da cintura 106,5±11,1 cm) foram randomizadas para três modalidades de 180 minutos/semana de EA (n=16) ou ER (n=16) ou para um grupo controle que não fez exercícios físicos (n=12).

A gordura1 total e o TAV foram avaliados por ressonância magnética7, os lipídeos intra-hepáticos por espectroscopia de prótons por ressonância magnética7, o tecido adiposo4 intermuscular (IMAT) foi medido por tomografia computadorizada8 (TC) e também foi observada a sensibilidade à insulina2.

Comparados com os controles (0,13±1,10 kg), o peso corporal não se alterou (P>0,1) no grupo do EA (-1,31±1,43 kg) e no grupo ER (-0,31±1,38 kg). Apesar da ausência da perda de peso, a gordura1 corporal total (%) e o IMAT diminuíram (P<0,05) em ambos os grupos que fizeram exercícios em comparação com o grupo controle. Em comparação com o grupo controle, (P<0,05) as reduções significativas no TAV e lipídico intra-hepático e a melhora na sensibilidade à insulina2 foram observadas no grupo do EA, mas não o grupo do ER. As melhorias na sensibilidade à insulina2 no grupo do EA foram associadas às reduções no total da massa de tecido adiposo4.

Em adolescentes obesas, a prática de exercícios aeróbicos, mas não de exercícios de resistência é eficaz na redução da gordura1 no fígado9 e da adiposidade visceral e melhora a sensibilidade à insulina2 independente da perda de peso ou da restrição calórica.

Fonte: American Journal of Physiology - Endocrinology and Metabolism, volume 305, número 10

NEWS.MED.BR, 2015. Exercício aeróbico é melhor do que exercícios de resistência para reduzir gordura no fígado e gordura visceral. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/811124/exercicio-aerobico-e-melhor-do-que-exercicios-de-resistencia-para-reduzir-gordura-no-figado-e-gordura-visceral.htm>. Acesso em: 16 abr. 2024.

Complementos

1 Gordura: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Os alimentos que fornecem gordura são: manteiga, margarina, óleos, nozes, carnes vermelhas, peixes, frango e alguns derivados do leite. O excesso de calorias é estocado no organismo na forma de gordura, fornecendo uma reserva de energia ao organismo.
2 Insulina: Hormônio que ajuda o organismo a usar glicose como energia. As células-beta do pâncreas produzem insulina. Quando o organismo não pode produzir insulna em quantidade suficiente, ela é usada por injeções ou bomba de insulina.
3 Randomizado: Ensaios clínicos comparativos randomizados são considerados o melhor delineamento experimental para avaliar questões relacionadas a tratamento e prevenção. Classicamente, são definidos como experimentos médicos projetados para determinar qual de duas ou mais intervenções é a mais eficaz mediante a alocação aleatória, isto é, randomizada, dos pacientes aos diferentes grupos de estudo. Em geral, um dos grupos é considerado controle – o que algumas vezes pode ser ausência de tratamento, placebo, ou mais frequentemente, um tratamento de eficácia reconhecida. Recursos estatísticos são disponíveis para validar conclusões e maximizar a chance de identificar o melhor tratamento. Esses modelos são chamados de estudos de superioridade, cujo objetivo é determinar se um tratamento em investigação é superior ao agente comparativo.
4 Tecido Adiposo: Tecido conjuntivo especializado composto por células gordurosas (ADIPÓCITOS). É o local de armazenamento de GORDURAS, geralmente na forma de TRIGLICERÍDEOS. Em mamíferos, existem dois tipos de tecido adiposo, a GORDURA BRANCA e a GORDURA MARROM. Suas distribuições relativas variam em diferentes espécies sendo que a maioria do tecido adiposo compreende o do tipo branco.
5 IMC: Medida usada para avaliar se uma pessoa está abaixo do peso, com peso normal, com sobrepeso ou obesa. É a medida mais usada na prática para saber se você é considerado obeso ou não. Também conhecido como IMC. É calculado dividindo-se o peso corporal em quilogramas pelo quadrado da altura em metros. Existe uma tabela da Organização Mundial de Saúde que classifica as medidas de acordo com o resultado encontrado.
6 Obesidade: Condição em que há acúmulo de gorduras no organismo além do normal, mais severo que o sobrepeso. O índice de massa corporal é igual ou maior que 30.
7 Ressonância magnética: Exame que fornece imagens em alta definição dos órgãos internos do corpo através da utilização de um campo magnético.
8 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
9 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.
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