Mudança no padrão de mortalidade em jovens: condições maternas representam 15% das mortes entre as mulheres e acidentes de trânsito são a principal causa em homens (14%), segundo artigo do The Lancet
Estudo de revisão publicado no The Lancet avalia mudança no padrão de mortalidade1 em adolescentes e adultos jovens, concluindo que condições maternas e acidentes de trânsito são as principais causas de morte entre mulheres e homens, respectivamente.
Mudanças significativas na saúde2 dos adolescentes e adultos jovens foram observadas nos últimos anos, mas seus efeitos na mortalidade1 ainda não haviam sido relatados. O estudo de revisão publicado no periódico The Lancet avaliou os índices e padrões de mortalidade1 mundiais nesta faixa etária.
Foram obtidos dados do 2004 Global Burden of Disease Study e usadas as estimativas de mortalidade1 do 2006 World Health Report, com ajustes para mortes por HIV3/AIDS, guerras e desastres naturais. Os índices e os padrões de mortalidade1 foram investigados por regiões da World Health Organization (WHO), status social, causas por grupos etários de 10-14 anos, 15-19 anos e 20-24 anos.
Dois milhões e seiscentas mil mortes ocorreram em pessoas de 10 a 14 anos em 2004. Dois milhões quinhentos e sessenta (97%) mortes foram de pessoas com rendas baixa e média, e quase dois terços (1,67 milhões) foram observadas na África e sudeste da Ásia. Aumentos pronunciados nos índices de mortalidade1 foram relatados em adolescentes jovens (10 a 14 anos) e adultos jovens (20 a 24 anos), mas as razões variam por região e sexo.
Condições maternas representam 15% das mortes entre as mulheres. HIV3/AIDS e tuberculose4 contribuíram para 11% das mortes. Acidentes de trânsito são a principal causa em homens (14%) e 5% das mortes em mulheres. Outras causas importantes foram violência (12% de mortes no sexo masculino) e suicídio (6% de todas as mortes).
O estudo concluiu que as prioridades globais políticas para a saúde2 dos adolescentes, com foco em HIV3/AIDS e mortalidade1 materna, são importantes, mas insuficientes para prevenir a mortalidade1 nesta faixa etária, na qual duas em cada cinco mortes ocorrem por danos intencionais ou não intencionais.