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Dosagem do hormônio liberador de corticotropina na gestação pode ajudar no diagnóstico precoce da depressão pós-parto

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A depressão pós-parto é uma condição comum, com sérias implicações para a mãe e para o desenvolvimento do bebê. As estatísticas são discordantes, mas indicam que cerca de 19% das gestantes podem apresentá-la e em 7% dos casos trata-se de um quadro de depressão grave.

Em estudo longitudinal de coorte1 realizado com cem grávidas de dois centros médicos da Califórnia, com gestação de feto2 único, foram coletadas amostras de sangue3 com 15,19,25,31 e 37 semanas de idade gestacional para dosagens hormonais do hormônio4 liberador de corticotropina (CRH), cortisol e hormônio4 adrenocorticotrópico (ACTH). Os sintomas5 de depressão foram avaliados através de questionário padronizado nas 4 últimas consultas de pré-natal e em duas ocasiões no pós-parto.

As análises da curva de crescimento mostraram que a trajetória do CRH em mulheres com sintomas5 de depressão pós-parto foi significativamente acelerada da 23ª à 26ª semana de gestação. Não foram encontradas associações entre os níveis de cortisol e ACTH e sintomas5 de depressão pós-parto.

As conclusões mostram que a dosagem do CRH na 24ª semana de gestação é um exame específico e sensível no diagnóstico6 precoce de depressão pós-parto. Esses resultados podem ter implicações na identificação e tratamento de mulheres grávidas com risco de apresentar depressão pós-parto e na indicação de acompanhamento psicológico para essas gestantes.
 
Fonte: Archives of General Psychiatry – Volume 66 de fevereiro de 2009

NEWS.MED.BR, 2009. Dosagem do hormônio liberador de corticotropina na gestação pode ajudar no diagnóstico precoce da depressão pós-parto. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/29125/dosagem-do-hormonio-liberador-de-corticotropina-na-gestacao-pode-ajudar-no-diagnostico-precoce-da-depressao-pos-parto.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.

Complementos

1 Coorte: Grupo de indivíduos que têm algo em comum ao serem reunidos e que são observados por um determinado período de tempo para que se possa avaliar o que ocorre com eles. É importante que todos os indivíduos sejam observados por todo o período de seguimento, já que informações de uma coorte incompleta podem distorcer o verdadeiro estado das coisas. Por outro lado, o período de tempo em que os indivíduos serão observados deve ser significativo na história natural da doença em questão, para que haja tempo suficiente do risco se manifestar.
2 Feto: Filhote por nascer de um mamífero vivíparo no período pós-embrionário, depois que as principais estruturas foram delineadas. Em humanos, do filhote por nascer vai do final da oitava semana após a CONCEPÇÃO até o NASCIMENTO, diferente do EMBRIÃO DE MAMÍFERO prematuro.
3 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
4 Hormônio: Substância química produzida por uma parte do corpo e liberada no sangue para desencadear ou regular funções particulares do organismo. Por exemplo, a insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas que diz a outras células quando usar a glicose para energia. Hormônios sintéticos, usados como medicamentos, podem ser semelhantes ou diferentes daqueles produzidos pelo organismo.
5 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
6 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.

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