Técnica que usa um código de barras de DNA mapeia a jornada de um tumor desde suas origens como uma única célula até a metástase
Antes de invadir outras partes do corpo, os tumores podem crescer silenciosamente por anos. Mas agora, uma técnica que usa um “código de barras” de DNA expôs os detalhes desse crescimento furtivo, mapeando a jornada de um tumor1 desde suas origens como uma única célula2 até a metástase3.
A técnica permite que os cientistas acompanhem a evolução em subpopulações de células4 tumorais – incluindo aquelas que se espalham pelo corpo.
Em estudo publicado na revista Cell, pesquisadores descrevem como o rastreamento de linhagem revela a filodinâmica, plasticidade e caminhos da evolução do tumor1.
Leia sobre "Oncogênese - processo de formação do câncer5" e "Entendendo o que são metástases6".
Destaques
- Camundongos de rastreamento de Kras; Trp53 (KP) permitem o rastreamento de linhagem de câncer5 in vivo contínuo e de alta resolução.
- Subclones raros com programas de expressão distintos se expandem durante a evolução do tumor1.
- O rastreamento de linhagem revela plasticidade celular e caminhos evolutivos.
- As metástases6 são derivadas de subclones em expansão espacialmente localizados do tumor1.
Resumo
A evolução do tumor1 é impulsionada pela aquisição progressiva de alterações genéticas e epigenéticas que permitem o crescimento e expansão descontrolados para tecidos vizinhos e distais7. O estudo das relações filogenéticas entre as células4 cancerosas fornece informações importantes sobre esses processos.
Neste estudo, foi introduzido um sistema de rastreamento de linhagem em evolução com uma leitura de RNA-seq (técnica capaz de analisar padrões da expressão gênicas através do sequenciamento de larga escala) de célula2 única em um modelo de camundongo de adenocarcinoma8 de pulmão9 impulsionado por mutação10 no gene KRAS e perda de Trp53 (Kras; Trp53 [KP]) e acompanhou-se a evolução do tumor1 de células4 transformadas únicas para tumores metastáticos em resolução sem precedentes.
Descobriu-se que a perda do estado alveolar semelhante ao tipo 2 inicial e estável foi acompanhada por um aumento transitório da plasticidade. Isto foi seguido pela adoção de programas de transcrição distintos que permitem a rápida expansão e, finalmente, a varredura clonal de subclones estáveis capazes de criar metástases6.
Finalmente, os tumores se desenvolvem através de trajetórias evolutivas estereotipadas, e perturbar supressores tumorais adicionais acelera a progressão criando novas trajetórias.
Esse estudo elucida a natureza hierárquica da evolução do tumor1 e, mais amplamente, permite estudos aprofundados da progressão do tumor1.
Veja também sobre "Câncer5: o que é" e "Distinção entre tumores benignos e malignos".
Fontes:
Cell, Vol. 185, Nº 11, em maio de 2022.
Nature, notícia publicada em 11 de maio de 2022.