Gostou do artigo? Compartilhe!

Sete fatores são responsáveis por 85% do risco de infarto agudo do miocárdio em jovens

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie esta notícia

Sete fatores de risco, alguns modificáveis e outros não, foram responsáveis pela grande maioria do risco de infarto1 agudo2 do miocárdio3 (IAM) pela primeira vez em adultos jovens, de acordo com um estudo de caso-controle publicado no JAMA Network Open.

Os sete fatores – diabetes4, depressão, hipertensão5, tabagismo, história familiar de IAM prematuro, baixa renda familiar e hipercolesterolemia6 – foram responsáveis por 83,9% do risco total de IAM em mulheres jovens e 85,1% do risco em homens jovens, relataram Harlan Krumholz, MD, do Yale New Haven Hospital nos Estados Unidos, e colegas.

“Desenvolver uma compreensão mais profunda de uma ampla gama de fatores de risco associados ao IAM em mulheres e homens jovens e a força dessas associações, bem como identificar como essas associações variam de acordo com o sexo e o subtipo de IAM, tem implicações importantes para projetar estratégias de prevenção primária direcionadas a adultos jovens”, escreveram Krumholz e co-autores no artigo publicado.

Leia sobre "Infarto do Miocárdio7", "Doenças cardiovasculares8" e "Sinais9 de doenças cardíacas em mulheres".

Nas mulheres, diabetes4 (OR 3,59, IC 95% 2,72-4,74) e tabagismo atual (OR 3,28, IC 95% 2,65-4,07) foram associados à maior probabilidade de infarto1 agudo2 do miocárdio3, seguidos por:

  • Depressão: OR 3,09 (IC 95% 2,37-4,04)
  • Hipertensão5: OR 2,87 (IC 95% 2,31-3,57)
  • Baixa renda familiar: OR 1,79 (IC 95% 1,28-2,50)
  • História familiar de IAM prematuro: OR 1,48 (IC 95% 1,17-1,88)

Nos homens, tabagismo atual (OR 3,05, IC 95% 2,28-4,10) e história familiar de IAM prematuro (OR 2,42, IC 95% 1,71-3,41) apresentaram as maiores chances, seguidos por:

  • Hipertensão5: OR 2,19 (IC 95% 1,65-2,90)
  • Hipercolesterolemia6: OR 2,16 (IC 95% 1,49-3,15)
  • Depressão: OR 1,77 (IC 95% 1,15-2,73)
  • Diabetes4: OR 1,76 (IC 95% 1,19-2,60)

A baixa renda familiar não foi associada ao IAM em homens, nem a hipercolesterolemia6 em mulheres.

No artigo, os pesquisadores contextualizam como uma proporção crescente de pessoas nos EUA hospitalizadas por infarto1 agudo2 do miocárdio3 (IAM) tem menos de 55 anos, com o maior aumento em mulheres jovens. A prevenção efetiva requer uma compreensão dos fatores de risco associados ao risco de IAM em mulheres jovens em comparação com homens.

Assim, o objetivo do estudo foi avaliar as associações sexo-específicas de fatores de risco demográficos, clínicos e psicossociais com o primeiro IAM em adultos com menos de 55 anos, em geral, e por subtipo de IAM.

Este estudo utilizou um desenho de caso-controle com 2.264 pacientes com IAM, com idades entre 18 e 55 anos, do estudo VIRGO (Variation in Recovery: Role of Gender on Outcomes of Young AMI Patients) e 2.264 controles de base populacional pareados por idade, sexo, e raça e etnia da Pesquisa Nacional de Exames de Saúde10 e Nutrição11 de 2008 a 2012. Os dados foram analisados de abril de 2020 a novembro de 2021.

A exposição do estudo foi uma ampla gama de fatores de risco demográficos, clínicos e psicossociais.

Os principais desfechos foram odds ratios (ORs) e frações atribuíveis populacionais (FAP) para o primeiro IAM associados a fatores de risco demográficos, clínicos e psicossociais.

Dos 4.528 pacientes de caso e de controle pareados, 3.122 (68,9%) eram mulheres, e a idade mediana (IQR) foi de 48 (44-52) anos.

Sete fatores de risco (diabetes4 [OR, 3,59 {IC 95%, 2,72-4,74} em mulheres vs 1,76 {1,19-2,60} em homens], depressão [OR, 3,09 {IC 95%, 2,37-4,04} em mulheres vs 1,77 {1,15-2,73} em homens], hipertensão5 [OR, 2,87 {IC 95%, 2,31-3,57} em mulheres vs 2,19 {1,65-2,90} em homens], tabagismo atual [OR, 3,28 {IC 95%, 2,65-4,07} em mulheres vs 3,28 {2,65-4,07} em homens], história familiar de infarto do miocárdio7 prematuro [OR, 1,48 {IC 95%, 1,17-1,88} em mulheres vs 2,42 {1,71-3,41} em homens], baixa renda familiar [OR , 1,79 {IC 95%, 1,28-2,50} em mulheres vs 1,35 {0,82-2,23} em homens], hipercolesterolemia6 [OR, 1,02 {IC 95%, 0,81-1,29} em mulheres vs 2,16 {1,49-3,15} em homens]) foram responsáveis pela maioria do risco total de IAM em mulheres (83,9%) e homens (85,1%).

Houve diferenças por sexo significativas nas associações de fatores de risco: hipertensão5, depressão, diabetes4, tabagismo atual e história familiar de diabetes4 tiveram associações mais fortes com IAM em mulheres jovens, enquanto hipercolesterolemia6 teve uma associação mais forte em homens jovens.

Os perfis de fatores de risco variaram de acordo com o subtipo de IAM, e os fatores de risco cardiovascular tradicionais tiveram maior prevalência12 e ORs mais fortes para o IAM tipo 1 em comparação com outros subtipos de IAM.

Neste estudo caso-controle, 7 fatores de risco, muitos potencialmente modificáveis, foram responsáveis por 85% do risco de um primeiro IAM em mulheres e homens jovens. Diferenças significativas nos perfis de fatores de risco e associações de fatores de risco existiam por sexo e por subtipo de IAM.

Esses achados sugerem a necessidade de estratégias específicas para o sexo na modificação de fatores de risco e prevenção de IAM em adultos jovens. Mais pesquisas são necessárias para melhorar a avaliação de risco dos subtipos de IAM.

Veja também sobre "Sete passos para um coração13 saudável" e "Doenças crônicas".

 

Fontes:
JAMA Network Open, publicação em 03 de maio de 2022.
MedPage Today, notícia publicada em 03 de maio de 2022.

 

NEWS.MED.BR, 2022. Sete fatores são responsáveis por 85% do risco de infarto agudo do miocárdio em jovens. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1416630/sete-fatores-sao-responsaveis-por-85-do-risco-de-infarto-agudo-do-miocardio-em-jovens.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.

Complementos

1 Infarto: Morte de um tecido por irrigação sangüínea insuficiente. O exemplo mais conhecido é o infarto do miocárdio, no qual se produz a obstrução das artérias coronárias com conseqüente lesão irreversível do músculo cardíaco.
2 Agudo: Descreve algo que acontece repentinamente e por curto período de tempo. O oposto de crônico.
3 Miocárdio: Tecido muscular do CORAÇÃO. Composto de células musculares estriadas e involuntárias (MIÓCITOS CARDÍACOS) conectadas, que formam a bomba contrátil geradora do fluxo sangüíneo. Sinônimos: Músculo Cardíaco; Músculo do Coração
4 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.
5 Hipertensão: Condição presente quando o sangue flui através dos vasos com força maior que a normal. Também chamada de pressão alta. Hipertensão pode causar esforço cardíaco, dano aos vasos sangüíneos e aumento do risco de um ataque cardíaco, derrame ou acidente vascular cerebral, além de problemas renais e morte.
6 Hipercolesterolemia: Aumento dos níveis de colesterol do sangue. Está associada a uma maior predisposição ao desenvolvimento de aterosclerose.
7 Infarto do miocárdio: Interrupção do suprimento sangüíneo para o coração por estreitamento dos vasos ou bloqueio do fluxo. Também conhecido por ataque cardíaco.
8 Doenças cardiovasculares: Doença do coração e vasos sangüíneos (artérias, veias e capilares).
9 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
10 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
11 Nutrição: Incorporação de vitaminas, minerais, proteínas, lipídios, carboidratos, oligoelementos, etc. indispensáveis para o desenvolvimento e manutenção de um indivíduo normal.
12 Prevalência: Número de pessoas em determinado grupo ou população que são portadores de uma doença. Número de casos novos e antigos desta doença.
13 Coração: Órgão muscular, oco, que mantém a circulação sangüínea.
Gostou do artigo? Compartilhe!