Estudo identifica melhor sobrevivência após conservação da mama em comparação com a mastectomia em pacientes com câncer de mama
Estudos de coorte1 mostram melhor sobrevida2 após cirurgia conservadora da mama3 (CCM) com radioterapia4 (RT) pós-operatória do que após mastectomia5 (Mx) sem RT. Ainda não está claro se este é um efeito independente ou uma consequência do viés de seleção.
O objetivo desse estudo, publicado pelo JAMA Surgery, foi determinar se o benefício de sobrevivência6 relatado da conservação da mama3 em comparação com a mastectomia5 é eliminado pelo ajuste para dois fatores de confusão principais: comorbidade7 e status socioeconômico.
Este estudo de coorte8 usou dados nacionais coletados prospectivamente do sistema de saúde9 pública sueco: dados clínicos nacionais do Registro Nacional de Qualidade do Câncer10 de Mama3, dados de comorbidade7 dos Registros de Pacientes do Conselho Nacional de Saúde9 e Bem-Estar e dados de educação e renda em nível individual do Estatísticas da Suécia.
A coorte11 incluiu todas as mulheres com diagnóstico12 de câncer10 de mama3 invasivo primário T1-2 N0-2 e submetidas à cirurgia de mama3 na Suécia de 2008 a 2017. Os dados foram analisados entre 19 de agosto de 2020 e 12 de novembro de 2020.
Leia sobre "Câncer10 de mama3 - o que é", "Recomendações para tratamento do câncer10 de mama3" e "Prevenção do câncer10".
A exposição do estudo foi o tratamento locorregional comparando 3 grupos: cirurgia conservadora da mama3 com radioterapia4 (CCM + RT), mastectomia5 sem radioterapia4 (Mx - RT) e mastectomia5 com radioterapia4 (Mx + RT).
Os principais resultados e medidas foram a sobrevida2 geral (SG) e sobrevida2 específica ao câncer10 de mama3 (SECM). Os principais resultados foram determinados antes do início da recuperação de dados.
Entre 48.986 mulheres, 29.367 (59,9%) tiveram CCM + RT, 12.413 (25,3%) tiveram Mx - RT e 7.206 (14,7%) tiveram Mx + RT. O acompanhamento médio foi de 6,28 anos (variação, 0,01-11,70).
Morte por todas as causas ocorreu em 6.573 casos, com morte causada por câncer10 de mama3 em 2.313 casos; a sobrevida2 geral de 5 anos foi de 91,1% (IC 95%, 90,8-91,3) e a sobrevida2 específica ao câncer10 de mama3 foi de 96,3% (IC 95%, 96,1-96,4).
Além das diferenças esperadas nos parâmetros clínicos, as mulheres que receberam Mx - RT eram mais velhas, tinham um nível de educação mais baixo e menor renda. Ambos os grupos de mastectomia5 tiveram uma carga de comorbidade7 mais elevada, independentemente da radioterapia4.
Após o ajuste gradual para todas as covariáveis, SG e SECM foram significativamente piores após Mx - RT (razão de risco [HR], 1,79; IC 95%, 1,66-1,92 e HR, 1,66; IC 95%, 1,45-1,90, respectivamente) e Mx + RT (HR, 1,24; IC 95%, 1,13-1,37 e HR, 1,26; IC 95%, 1,08-1,46, respectivamente) do que após CCM + RT.
Assim, este grande estudo de coorte8 concluiu que a sobrevida2 geral e específica ao câncer10 de mama3 foi significativamente melhor após a cirurgia conservadora da mama3 seguida de radioterapia4 do que após a mastectomia5 com ou sem radioterapia4, apesar do ajuste gradual para as características do tumor13, tratamento, demografia, comorbidade7 e histórico socioeconômico.
A conservação da mama3 parece oferecer um benefício de sobrevivência6 independente dos fatores de confusão medidos e deve ter prioridade se a conservação da mama3 e a mastectomia5 forem opções válidas.
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Fonte: JAMA Surgery, publicação em 05 de maio de 2021.