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Monitoramento instantâneo da glicose no diabetes tipo 1 ou 2 diminui taxa de complicações agudas do diabetes

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O estudo RELIEF avaliou as taxas de hospitalização por complicações agudas do diabetes1 na França antes e depois do início do sistema FreeStyle Libre, um sensor para monitoramento instantâneo da glicose2 no sangue3. Os resultados foram publicados na revista Diabetes1 Care. 

Leia sobre "Um novo método para medir a taxa de glicose2 no sangue3" e "Como medir os níveis de glicose2 no sangue3".

Um total de 74.011 pacientes com diabetes tipo 14 ou diabetes tipo 25 que iniciaram o uso do sistema FreeStyle Libre foram identificados no banco de dados de reivindicações nacional francês com o uso de códigos CID-10, a partir de hospitalizações com diabetes1 como diagnóstico6 contribuinte ou a prescrição de insulina7.

Os pacientes foram subclassificados com base na aquisição de tiras de automonitoramento da glicose2 no sangue3 (AMGS) antes de iniciar o FreeStyle Libre. As hospitalizações por cetoacidose diabética8 (CAD), hipoglicemia9 grave, coma10 relacionado ao diabetes1 e hiperglicemia11 foram registradas nos 12 meses anteriores e posteriores ao início.

As hospitalizações por complicações agudas do diabetes1 caíram no diabetes tipo 14 (-49,0%) e no diabetes tipo 25 (-39,4%) após o início do uso do FreeStyle Libre.

A CAD caiu no diabetes tipo 14 (-56,2%) e no diabetes tipo 25 (-52,1%), assim como comas relacionados ao diabetes1, no diabetes tipo 14 (-39,6%) e no diabetes tipo 25 (-31,9%).

As hospitalizações por hipoglicemia9 e hiperglicemia11 diminuíram no diabetes tipo 25 (-10,8% e -26,5%, respectivamente).

Antes do início, as hospitalizações eram mais marcantes para pessoas que não aderiam ao AMGS e para aqueles com maior aquisição de tiras de AMGS, as quais caíram 54,0% e 51,2%, respectivamente, após o início do uso do FreeStyle Libre. A persistência com o FreeStyle Libre em 12 meses foi de 98,1%.

Este grande estudo retrospectivo12 sobre hospitalizações por complicações agudas do diabetes1 mostra que uma incidência13 significativamente menor de internações por cetoacidose diabética8 e por coma10 relacionado ao diabetes1 está associada ao uso de monitoramento instantâneo de glicose2.

Este estudo tem implicações significativas para o tratamento do diabetes1 centrado no paciente e, potencialmente, para resultados econômicos de saúde14 de longo prazo.

Saiba mais sobre "Cetoacidose diabética8", "Coma10 hiperosmolar15 hiperglicêmico" e "Opções de tratamentos para o diabetes mellitus16".

 

Fonte: Diabetes1 Care, publicação em 20 de abril de 2021.

 

NEWS.MED.BR, 2021. Monitoramento instantâneo da glicose no diabetes tipo 1 ou 2 diminui taxa de complicações agudas do diabetes. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1393070/monitoramento-instantaneo-da-glicose-no-diabetes-tipo-1-ou-2-diminui-taxa-de-complicacoes-agudas-do-diabetes.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.

Complementos

1 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.
2 Glicose: Uma das formas mais simples de açúcar.
3 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
4 Diabetes tipo 1: Condição caracterizada por altos níveis de glicose causada por deficiência na produção de insulina. Ocorre quando o próprio sistema imune do organismo produz anticorpos contra as células-beta produtoras de insulina, destruindo-as. O diabetes tipo 1 se desenvolve principalmente em crianças e jovens, mas pode ocorrer em adultos. Há tendência em apresentar cetoacidose diabética.
5 Diabetes tipo 2: Condição caracterizada por altos níveis de glicose causada tanto por graus variáveis de resistência à insulina quanto por deficiência relativa na secreção de insulina. O tipo 2 se desenvolve predominantemente em pessoas na fase adulta, mas pode aparecer em jovens.
6 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
7 Insulina: Hormônio que ajuda o organismo a usar glicose como energia. As células-beta do pâncreas produzem insulina. Quando o organismo não pode produzir insulna em quantidade suficiente, ela é usada por injeções ou bomba de insulina.
8 Cetoacidose diabética: Complicação aguda comum do diabetes melito, é caracterizada pela tríade de hiperglicemia, cetose e acidose. Laboratorialmente se caracteriza por pH arterial 250 mg/dl, com moderado grau de cetonemia e cetonúria. Esta condição pode ser precipitada principalmente por infecções, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico, trauma e tratamento inadequado do diabetes. Os sinais clínicos da cetoacidose são náuseas, vômitos, dor epigástrica (no estômago), hálito cetônico e respiração rápida. O não-tratamento desta condição pode levar ao coma e à morte.
9 Hipoglicemia: Condição que ocorre quando há uma queda excessiva nos níveis de glicose, freqüentemente abaixo de 70 mg/dL, com aparecimento rápido de sintomas. Os sinais de hipoglicemia são: fome, fadiga, tremores, tontura, taquicardia, sudorese, palidez, pele fria e úmida, visão turva e confusão mental. Se não for tratada, pode levar ao coma. É tratada com o consumo de alimentos ricos em carboidratos como pastilhas ou sucos com glicose. Pode também ser tratada com uma injeção de glucagon caso a pessoa esteja inconsciente ou incapaz de engolir. Também chamada de reação à insulina.
10 Coma: 1. Alteração do estado normal de consciência caracterizado pela falta de abertura ocular e diminuição ou ausência de resposta a estímulos externos. Pode ser reversível ou evoluir para a morte. 2. Presente do subjuntivo ou imperativo do verbo “comer.“
11 Hiperglicemia: Excesso de glicose no sangue. Hiperglicemia de jejum é o nível de glicose acima dos níveis considerados normais após jejum de 8 horas. Hiperglicemia pós-prandial acima de níveis considerados normais após 1 ou 2 horas após alimentação.
12 Retrospectivo: Relativo a fatos passados, que se volta para o passado.
13 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
14 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
15 Hiperosmolar: A osmolaridade do plasma do sangue reflete a concentração de certas substâncias como a glicose, as proteínas, etc. Por exemplo, quando os valores da hiperglicemia são muito elevados, há um aumento da concentração de glicose no sangue, ou seja, há uma hiperosmolaridade.
16 Diabetes mellitus: Distúrbio metabólico originado da incapacidade das células de incorporar glicose. De forma secundária, podem estar afetados o metabolismo de gorduras e proteínas.Este distúrbio é produzido por um déficit absoluto ou relativo de insulina. Suas principais características são aumento da glicose sangüínea (glicemia), poliúria, polidipsia (aumento da ingestão de líquidos) e polifagia (aumento da fome).
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