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Vulnerabilidade de células cancerosas aponta para potencial caminho de tratamento para cânceres agressivos

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Desvendar as características únicas das células1 cancerosas e encontrar maneiras menos prejudiciais de interromper seu crescimento tem sido um foco de pesquisadores do câncer2 em todo o mundo. Nova pesquisa, publicada na Nature Communications, descreve a descoberta de uma dependência única das células1 cancerosas em uma proteína específica, o que pode levar a novos tratamentos para cânceres difíceis de tratar.

A publicação encerra uma série de estudos inovadores publicados em periódicos da Nature no mês passado por membros de uma colaboração internacional de pesquisa.

O autor principal e pesquisador do Centro de Câncer2 da University of Vermont (UVM), Jason Stumpff, Ph.D., passou mais de duas décadas estudando como as células1 se dividem e como os erros nesse processo contribuem para doenças, como o câncer2. Seu trabalho recente aumentou a compreensão do papel de uma proteína chamada KIF18A na condução da divisão celular.

Leia sobre "Câncer2 - informações importantes" e "É possível acabar com o câncer2?".

Nestes novos estudos, o laboratório de Stumpff demonstra que as células1 cancerosas, com o tipo de anormalidades vistas em tumores agressivos, são mais dependentes de KIF18A para crescimento do que as células1 normais. Esta vulnerabilidade nas células1 cancerosas pode ser um alvo potencial para interromper o crescimento das células1 cancerosas, como os pesquisadores demonstraram no câncer2 de mama3 triplo negativo e nas células1 do câncer2 colorretal.

O estudo publicado na Nature Communications demonstrou como células1 tumorais cromossomicamente instáveis requerem especificamente a proteína KIF18A para proliferação.

A instabilidade genética é uma característica comum das células1 tumorais, e um grande número de células1 tumorais exibe perda ou ganho frequente de cromossomos4. Essa instabilidade cromossômica (INC) é atribuída principalmente a defeitos que levam a interações anormais entre os cromossomos4 e os microtúbulos do fuso mitótico, que por sua vez aumentam os erros de segregação cromossômica.

Embora a INC contribua para a progressão, heterogeneidade, resistência a drogas e metástase5 tumoral, foi proposto que as mesmas propriedades que conduzem a instabilidade poderiam fornecer um calcanhar6 de Aquiles para terapias direcionadas específicas para células1 com INC. Assim, as células1 com INC podem responder de forma diferente das células1 diploides a tratamentos que visam a regulação do fuso mitótico.

No estudo, testou-se essa ideia inibindo um subconjunto de proteínas7 motoras de cinesina envolvidas no controle do fuso mitótico. A proteína KIF18A é necessária para a proliferação de células1 com INC derivadas de câncer2 de mama3 triplo negativo ou tumores de câncer2 colorretal, mas não é necessária em células1 quase diploides.

Após a inibição de KIF18A, as células1 tumorais com INC exibem atrasos mitóticos, fusos multipolares e aumento da morte celular. A sensibilidade à derrubada da KIF18A está fortemente correlacionada com a fragmentação do centrossoma, que requer microtúbulos dinâmicos, mas não depende da formação do fuso bipolar ou da parada mitótica.

Esses resultados indicam que a dinâmica alterada dos microtúbulos do fuso, característica das células1 tumorais com instabilidade cromossômica, pode ser explorada para reduzir a capacidade proliferativa dessas células1. O papel da KIF18A provou ser importante e contribuiu para uma imagem mais ampla e clara de sua importância na interrupção do crescimento de células1 tumorais anormais.

Veja também sobre "Prevenção do câncer2", "Mutações cromossômicas" e "Entendendo o que são metástases8".

 

Fontes:
Nature Communications, publicação em 22 de fevereiro de 2021.
Newswise, notícia publicada em 19 de fevereiro de 2021.

 

NEWS.MED.BR, 2021. Vulnerabilidade de células cancerosas aponta para potencial caminho de tratamento para cânceres agressivos. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1388685/vulnerabilidade-de-celulas-cancerosas-aponta-para-potencial-caminho-de-tratamento-para-canceres-agressivos.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.

Complementos

1 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
2 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
3 Mama: Em humanos, uma das regiões pareadas na porção anterior do TÓRAX. As mamas consistem das GLÂNDULAS MAMÁRIAS, PELE, MÚSCULOS, TECIDO ADIPOSO e os TECIDOS CONJUNTIVOS.
4 Cromossomos: Cromossomos (Kroma=cor, soma=corpo) são filamentos espiralados de cromatina, existente no suco nuclear de todas as células, composto por DNA e proteínas, sendo observável à microscopia de luz durante a divisão celular.
5 Metástase: Formação de tecido tumoral, localizada em um lugar distante do sítio de origem. Por exemplo, pode se formar uma metástase no cérebro originário de um câncer no pulmão. Sua gravidade depende da localização e da resposta ao tratamento instaurado.
6 Calcanhar:
7 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
8 Metástases: Formação de tecido tumoral, localizada em um lugar distante do sítio de origem. Por exemplo, pode se formar uma metástase no cérebro originário de um câncer no pulmão. Sua gravidade depende da localização e da resposta ao tratamento instaurado.
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