Estudo mostra que há uma heterogeneidade considerável na apresentação, tratamento e resultados entre pacientes idosos com infarto do miocárdio
Os pacientes idosos mais velhos (≥85 anos) constituem metade das hospitalizações por infarto1 agudo2 do miocárdio3 entre idosos e mais comumente têm apresentação atípica, subtratamento e comprometimento funcional. No entanto, este grupo não foi bem caracterizado.
Nessa publicação do The American Journal of Medicine, caracterizou-se diferenças na apresentação, deficiências funcionais, tratamentos, estado de saúde4 e mortalidade5 entre pacientes idosos de meia idade (75-84 anos) e idosos mais velhos com infarto do miocárdio6.
Foram analisados os dados do estudo ComprehenSIVe Evaluation of Risk Factors in Older Patients with AMI (SILVER-AMI) que envolveu 3.041 pacientes ≥75 anos de idade de 94 hospitais nos EUA entre 2013 e 2016.
Realizou-se a regressão de riscos proporcionais de Cox para examinar a associação entre as categorias de idade mais velhas (n = 831) e de meia-idade (n = 2.210) com ajuste da taxa de letalidade pós-alta em 6 meses para variáveis sociodemográficas e clínicas, e prejuízo da mobilidade.
Os idosos mais velhos eram menos propensos a apresentar dor no peito7 (52,7% vs 57,7%) como sintoma8 principal ou a receber revascularização coronária (58,1% vs 71,8) (P <0,01 para ambos).
Os idosos mais velhos eram mais propensos a ter prejuízos funcionais e tiveram maior mortalidade5 em 6 meses em comparação com os pacientes idosos de meia idade (razão de risco 1,78, intervalo de confiança de 95%, 1,39-2,28). Essa associação foi substancialmente atenuada após o ajuste para deficiência de mobilidade (razão de risco 1,29, intervalo de confiança, 0,99-1,68).
Concluiu-se que há uma heterogeneidade considerável na apresentação, tratamento e resultados entre pacientes idosos com infarto do miocárdio6. A deficiência de mobilidade, um marcador de fragilidade, modifica a associação entre idade avançada e tratamentos, bem como resultados.
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Fonte: The American Journal of Medicine, Vol. 134, Nº 1, em 01 de janeiro de 2021.