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Associação de polimorfismos GATA3 com doença residual mínima e risco de recidiva na leucemia linfoide aguda na infância

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A doença residual mínima (DRM) após a terapia de indução é um dos fatores prognósticos mais fortes na leucemia1 linfoide2 aguda da infância (LLA), e a intensificação do tratamento direcionado por DRM melhora a sobrevida3. Pouco se sabe sobre os efeitos das variantes genéticas herdadas na variabilidade entre pacientes na DRM.

Um estudo de associação de todo o genoma (GWAS, do inglês genome-wide association study), publicado pelo Journal of the National Cancer4 Institute, foi realizado em 2.597 crianças no ensaio AALL0232 do Children’s Oncology Group (COG) para LLA-B de alto risco. A associação entre o genótipo5 e os níveis de DRM de final de indução foi avaliada para 863.370 polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs, do inglês single nucleotide polymorphism), ajustando para ancestralidade genética e estratos de tratamento.

As principais variantes foram avaliadas em uma coorte6 de validação de 491 pacientes dos ensaios COG P9905/6 ALL. O valor prognóstico7 independente de SNPs foi determinado em análises multivariadas. Todos os testes estatísticos foram bilaterais.

Na descoberta do GWAS, foi identificada uma associação significativa em todo o genoma no locus GATA3 (rs3824662, odds ratio [OR] = 1,58, intervalo de confiança [IC] de 95% = 1,35 a 1,84, P = 1,15 × 10-8 como uma variável dicotômica). Esta associação foi replicada na coorte6 de validação (P = 0,003, DRM como uma variável dicotômica).

O alelo8 de risco rs3824662 previu independentemente recidiva9 de LLA após ajuste para idade, contagem de leucócitos10 e índice de DNA de leucemia1 (P = 0,04 e 0,007 na descoberta e na coorte6 de validação, respectivamente) e permaneceu prognóstico7 quando as análises foram restritas a pacientes com DRM negativa (P = 0,04 e 0,03 para as coortes de descoberta e validação, respectivamente).

A variante rs3824662 do GATA3 herdada influencia fortemente a resposta da LLA à terapia de indução de remissão e está associada à recidiva9. Este trabalho destaca a utilidade potencial das variantes da linha germinativa na estratificação de risco inicial na LLA.

Saiba mais sobre "Leucemias", "Leucemia1 linfocítica aguda", "Mutações genéticas" e "Câncer4 infantil".

 

Fonte: Journal of the National Cancer4 Institute, publicação em 07 de setembro de 2020.

 

NEWS.MED.BR, 2020. Associação de polimorfismos GATA3 com doença residual mínima e risco de recidiva na leucemia linfoide aguda na infância. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1378763/associacao-de-polimorfismos-gata3-com-doenca-residual-minima-e-risco-de-recidiva-na-leucemia-linfoide-aguda-na-infancia.htm>. Acesso em: 16 abr. 2024.

Complementos

1 Leucemia: Doença maligna caracterizada pela proliferação anormal de elementos celulares que originam os glóbulos brancos (leucócitos). Como resultado, produz-se a substituição do tecido normal por células cancerosas, com conseqüente diminuição da capacidade imunológica, anemia, distúrbios da função plaquetária, etc.
2 Linfoide: 1. Relativo a ou que constitui o tecido característico dos nodos linfáticos. 2. Relativo ou semelhante à linfa.
3 Sobrevida: Prolongamento da vida além de certo limite; prolongamento da existência além da morte, vida futura.
4 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
5 Genótipo: Composição genética de um indivíduo, ou seja, os genes que ele tem.
6 Coorte: Grupo de indivíduos que têm algo em comum ao serem reunidos e que são observados por um determinado período de tempo para que se possa avaliar o que ocorre com eles. É importante que todos os indivíduos sejam observados por todo o período de seguimento, já que informações de uma coorte incompleta podem distorcer o verdadeiro estado das coisas. Por outro lado, o período de tempo em que os indivíduos serão observados deve ser significativo na história natural da doença em questão, para que haja tempo suficiente do risco se manifestar.
7 Prognóstico: 1. Juízo médico, baseado no diagnóstico e nas possibilidades terapêuticas, em relação à duração, à evolução e ao termo de uma doença. Em medicina, predição do curso ou do resultado provável de uma doença; prognose. 2. Predição, presságio, profecia relativos a qualquer assunto. 3. Relativo a prognose. 4. Que traça o provável desenvolvimento futuro ou o resultado de um processo. 5. Que pode indicar acontecimentos futuros (diz-se de sinal, sintoma, indício, etc.). 6. No uso pejorativo, pernóstico, doutoral, professoral; prognóstico.
8 Alelo: 1. Que ocupa os mesmos loci (locais) nos cromossomos (diz-se de gene). 2. Em genética, é cada uma das formas que um gene pode apresentar e que determina características diferentes.
9 Recidiva: 1. Em medicina, é o reaparecimento de uma doença ou de um sintoma, após período de cura mais ou menos longo; recorrência. 2. Em direito penal, significa recaída na mesma falta, no mesmo crime; reincidência.
10 Leucócitos: Células sangüíneas brancas. Compreendem tanto os leucócitos granulócitos (BASÓFILOS, EOSINÓFILOS e NEUTRÓFILOS) como os não granulócitos (LINFÓCITOS e MONÓCITOS). Sinônimos: Células Brancas do Sangue; Corpúsculos Sanguíneos Brancos; Corpúsculos Brancos Sanguíneos; Corpúsculos Brancos do Sangue; Células Sanguíneas Brancas
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