Gostou do artigo? Compartilhe!

Ácidos graxos ômega-3 alteram gravidade dos sintomas de ansiedade, publicado pelo JAMA Psychiatry

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie esta notícia

Nenhuma revisão sistemática ou metanálise avaliou a eficácia dos ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 (AGPIs) para a ansiedade. O objetivo deste estudo, publicado pelo JAMA Psychiatry, foi avaliar a associação de sintomas1 de ansiedade com o tratamento com AGPIs ômega-3 em comparação com controles em populações variadas.Para isso, foram usadas as bases de dados PubMed, Embase, ProQuest, ScienceDirect, Biblioteca Cochrane, ClinicalKey, Web of Science e ClinicalTrials.gov, pesquisadas até 4 de março de 2018.

Saiba mais sobre "Benefícios do ômega 3", "Transtorno de ansiedade generalizada".

Foi realizada uma pesquisa de ensaios clínicos2 que avaliaram o efeito ansiolítico dos AGPIs ômega-3 em humanos, em estudos controlados por placebo3 ou não controlados por placebo3. Dos 104 artigos selecionados, 19 entraram no estágio final de extração de dados. Dois autores extraíram independentemente os dados de acordo com uma lista predeterminada de interesses. Uma metanálise do modelo de efeitos aleatórios foi realizada e este estudo foi conduzido com base em itens de relatórios preferenciais para revisões sistemáticas e diretrizes de metanálises. Os principais resultados e medidas foram as alterações na gravidade dos sintomas1 de ansiedade após o tratamento com AGPI ômega-3.

No total, 1.203 participantes em tratamento com AGPI ômega-3 (idade média de 43,7 anos; proporção feminina média de 55%; dosagem média de AGPI ômega-3 foi de 1605,7 mg/dia) e 1.037 participantes sem tratamento com AGPI ômega-3 (média de idade de 40,6 anos; proporção feminina média de 55%) mostraram uma associação entre sintomas1 clínicos de ansiedade entre participantes em tratamento com AGPI ômega-3 em comparação com os braços controle (P=0,01).

A análise de subgrupos mostrou que a associação do tratamento com a redução dos sintomas1 de ansiedade foi significativamente maior em subgrupos com diagnósticos clínicos específicos do que em subgrupos sem condições clínicas. O efeito ansiolítico dos AGPIs ômega-3 foi significativamente melhor que o dos controles apenas em subgrupos com dosagens maiores (pelo menos 2000 mg/dia) e não em subgrupos com dosagens menores (<2000 mg/dia).

Esta revisão indica que os AGPIs ômega-3 podem ajudar a reduzir os sintomas1 de ansiedade clínica. Outros estudos bem planejados são necessários em populações nas quais a ansiedade é o principal sintoma4.

Leia sobre "Ansiedade normal e patológica" e "Dieta vegana".

 

Fonte: JAMA Network, em 14 de setembro de 2018

 

NEWS.MED.BR, 2018. Ácidos graxos ômega-3 alteram gravidade dos sintomas de ansiedade, publicado pelo JAMA Psychiatry. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1324393/acidos-graxos-omega-3-alteram-gravidade-dos-sintomas-de-ansiedade-publicado-pelo-jama-psychiatry.htm>. Acesso em: 19 abr. 2024.

Complementos

1 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
2 Ensaios clínicos: Há três fases diferentes em um ensaio clínico. A Fase 1 é o primeiro teste de um tratamento em seres humanos para determinar se ele é seguro. A Fase 2 concentra-se em saber se um tratamento é eficaz. E a Fase 3 é o teste final antes da aprovação para determinar se o tratamento tem vantagens sobre os tratamentos padrões disponíveis.
3 Placebo: Preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, ministrada em substituição a um medicamento, com a finalidade de suscitar ou controlar as reações, geralmente de natureza psicológica, que acompanham tal procedimento terapêutico.
4 Sintoma: Qualquer alteração da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. O sintoma é a queixa relatada pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
Gostou do artigo? Compartilhe!